Mensagens de Jay Jones, que concorre a procurador-geral da Virgínia, mostram desejo de ver adversário e filhos mortos; partido condena o caso, mas mantém apoio. // Foto: Reprodução
Porto Velho, Rondônia - Jay Jones, candidato democrata a procurador-geral da Virgínia, admitiu ter enviado mensagens em 2022 nas quais dizia que mataria o então presidente da câmara estadual, o republicano Todd Gilbert.
O episódio, revelado nesta semana, ampliou a preocupação com a radicalização da esquerda americana e o uso crescente da retórica violenta de esquerda na política.
Nas mensagens, enviadas à deputada republicana Carrie Coyner, Jones escreveu: “Três pessoas, duas balas. Gilbert, Hitler e Pol Pot. Gilbert leva duas balas na cabeça.”
Em outra, afirmou que iria aos funerais de republicanos “para urinar em suas sepulturas”. Ele também disse que desejava que a esposa de Gilbert visse o filho morrer “para que o marido mudasse suas convicções políticas”.
Jones pediu desculpas públicas e disse estar “enojado ao reler as próprias palavras”. Garantiu que “violência não tem lugar na política americana”, mas manteve-se na disputa de novembro.
O Comitê Democrata de Virginia Beach reafirmou o apoio em nota: “Estamos prontos para mobilizar eleitores para Jay. Quem não tem pecado que atire a primeira pedra.” Nenhum líder do partido pediu oficialmente que ele desista.
A candidata a governadora Abigail Spanberger declarou estar “enojada” e disse ter conversado “francamente” com o candidato.
O senador Mark Warner chamou as mensagens de “horríveis”, mas também evitou cobrar sua saída. O contraste entre o discurso público de tolerância e a conivência partidária se tornou foco de críticas.
Republicanos reagiram com veemência. O governador Glenn Youngkin classificou as mensagens como “além de desqualificantes”.
O procurador-geral Jason Miyares, adversário de Jones, afirmou: “Se você acha aceitável desejar a morte de um oponente político, vote no meu adversário.”
A vice-governadora Winsome Earle-Sears disse que Jones “fantasia sobre crianças assassinadas nos braços da mãe”. O presidente Donald Trump chamou Jones de “doente e demente” e pediu a saída imediata do democrata.
O escândalo surge poucas semanas após o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, morto a tiros em Utah por um estudante de esquerda, entre outros casos de crimes hediondos em que a motivação ideológica era explícita.
Como analisado em “Censura extrema”, da revista Crusoé, o assassino deixou inscrições nas balas usadas no crime, como “Ei, fascista! Toma!” e “Bella Ciao”, hino histórico de grupos de extrema esquerda.
Pesquisas recentes mostram que Jones perdeu parte da vantagem sobre Miyares e lidera por apenas quatro pontos percentuais.
Analistas dizem que o episódio testará a coerência dos democratas, que se apresentam como defensores da civilidade, mas hesitam em punir o extremismo dentro do próprio campo ideológico.
A eleição na Virgínia, marcada para 5 de novembro, se tornou um retrato do dilema moral da esquerda americana, entre o discurso de tolerância e a tolerância com o ódio.
Fonte: O ANTAGONISTA//////Alexandre Borges
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