Jornalista Mino Carta morre aos 91 anos em São Paulo

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Jornalista Mino Carta morre aos 91 anos em São Paulo

 

Fundador da Carta Capital, ele foi responsável por algumas das principais revistas do país e deixa legado histórico no jornalismo brasileiro

Porto Velho, Rondônia - O jornalista Mino Carta, fundador e diretor de redação da revista Carta Capital, faleceu nesta terça-feira (2), aos 91 anos, em São Paulo. A informação foi confirmada pela própria publicação, que destacou que ele vinha enfrentando problemas de saúde e passou as últimas semanas internado no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.

De acordo com familiares e amigos próximos, o velório será realizado a partir das 12h, no Cemitério São Paulo, em Pinheiros, Zona Oeste da cidade.

Trajetória e legado

Nascido em Gênova, na Itália, em 1932, Mino Carta foi um dos nomes mais influentes da imprensa brasileira. Ao longo da carreira, participou da criação e direção de veículos que marcaram a história do jornalismo, entre eles as revistas Quatro Rodas (1960), Veja (1968), IstoÉ (1976) e a própria Carta Capital (1994).

Ele também esteve à frente do Jornal da Tarde (1966), considerado inovador pela linguagem editorial e pelo projeto gráfico, além do Jornal da República (1979), experiência curta, mas lembrada como referência no contexto da abertura política.

Durante a ditadura militar, Mino enfrentou embates com o regime ao denunciar práticas de tortura e abusos de poder, o que resultou em censura e pressões políticas.

Pensamento crítico

Em entrevistas recentes, o jornalista demonstrava preocupação com o futuro da imprensa, afirmando que os meios de comunicação estavam cada vez mais “subjugados pelas novas mídias”. Para ele, a missão do jornalismo deveria se manter alicerçada na fidelidade aos fatos, no espírito crítico e na fiscalização do poder, princípios que guiaram a Carta Capital ao longo de três décadas.

Além da atuação editorial, Mino Carta também se dedicou à literatura, com obras como Castelo de Âmbar (2000), A Sombra do Silêncio (2003) e A Vida de Mat (2016), em que mesclou memórias pessoais e reflexões filosóficas.

Relação com Lula

A amizade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve início em 1978, quando a revista IstoÉ, sob direção de Mino, publicou a primeira grande entrevista com o então líder sindical. Desde então, mantiveram uma relação próxima, consolidada ao longo de mais de cinco décadas.

Em nota oficial, Lula lamentou a morte do jornalista:

“Mino foi – e sempre será – uma referência para o jornalismo brasileiro por sua coragem, espírito crítico e compromisso com um país justo e igualitário para todos os brasileiros e brasileiras”.

O presidente destacou ainda que Mino Carta foi responsável por abrir espaço na imprensa para as lutas sindicais no fim dos anos 1970 e ressaltou sua contribuição à democracia. Lula deve comparecer ao velório em São Paulo.

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) também manifestou pesar nas redes sociais, afirmando que o Brasil perdeu “um de seus maiores jornalistas” e que seu exemplo deve continuar inspirando novas gerações.


G1. Mino Carta, jornalista e fundador da Carta Capital, morre aos 91 anos em SP. São Paulo, 2 set. 2025. Disponível em: https://g1.globo.com/. Acesso em: 1 set. 2025.

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