Empresários ligados à Expoacre são presos por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

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Empresários ligados à Expoacre são presos por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

 


Porto Velho, Rondônia – A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta segunda-feira (15) a Operação Inceptio, que resultou na prisão preventiva dos empresários e irmãos John Muller Lisboa, Mayon Ricary Lisboa e Johnnes Lisboa, além dos sócios André Borges e Douglas Henrique da Cruz. Eles são investigados por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

As ações ocorreram em Rio Branco, Porto Velho (RO), Ubá (MG), Camaçari, Ilhéus e Salvador (BA), Cabedelo (PB) e São Paulo (SP). No total, foram cumpridos nove mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão.

Segundo a PF, o grupo utilizava casas de show e empresas de eventos como fachada para movimentar recursos ilícitos. Durante a operação, a antiga boate Moon Club, que seria reinaugurada como Vitrine Club, teve as atividades suspensas.

O delegado André Barbosa, da Delegacia de Repreensão a Entorpecentes da PF-AC, explicou que o esquema criminoso vinha sendo articulado desde 2019. “As casas de shows eram usadas como mecanismo para movimentar recursos ilícitos, inclusive oriundos do tráfico de drogas. O grupo revendia drogas para estados do Nordeste e Sudeste e, para internalizar o dinheiro, utilizava diversas pessoas físicas e jurídicas”, afirmou.

Bloqueio de bens e apreensões

A Justiça determinou o bloqueio de mais de R$ 130 milhões em contas bancárias, além da apreensão de bens avaliados em cerca de R$ 10 milhões. Também foi ordenada a suspensão de atividades de empresas ligadas aos investigados.

As investigações apontam que os suspeitos usavam criptomoedas, empresas de fachada e contas bancárias para lavar dinheiro do tráfico.

Relação com a Expoacre 2025

Os empresários e suas empresas participaram da organização e venda de camarotes privados da Expoacre 2025, realizada entre 26 de julho e 3 de agosto. Segundo o governo do Acre, a contratação dos shows ocorreu por meio de chamamento público conduzido pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Rio Branco, dentro da legalidade.

Em julho, a gestão estadual chegou a emitir nota informando que não havia autorização para a venda de ingressos de camarotes pela internet. Dias depois, confirmou que o grupo havia vencido a licitação para essa operação, assumindo todos os custos de logística e contratação de artistas.

Defesa dos acusados

Em nota, a defesa dos irmãos Lisboa e de Douglas Henrique declarou confiar na apuração rigorosa da PF e da Justiça, reforçando que “nenhuma acusação implica culpa” e que seus clientes permanecem à disposição para colaborar com as investigações.

“Até decisão judicial definitiva, toda e qualquer pessoa permanece inocente, não devendo sofrer prejulgamento ou condenações antecipadas”, diz o comunicado assinado pelos advogados Daiane Carolina Dias de Sousa Ferreira (OAB/AC 5.604) e Marcus Venicius Nunes da Silva (OAB/AC 3.886).


Fonte:  g1 Acre / Rede Amazônica Acre

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