Parte do dinheiro apreendido estava em caixas de sapatos — Foto: Polícia Federal



Porto Velho, Rondônia - A Polícia Federal (PF) apreendeu, durante operação realizada na quinta-feira (3), cerca de R$ 1,3 milhão em espécie, encontrados dentro de caixas de sapato armazenadas em um closet de uma mansão localizada em Foz do Iguaçu, no Paraná. A ação faz parte de uma investigação em curso para desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de maconha e cocaína.

Além do dinheiro, os agentes federais apreenderam cinco veículos, três motos aquáticas, um quadriciclo, celulares e documentos. Ao todo, cinco pessoas foram presas durante a operação. Seus nomes e identidades não foram revelados pelas autoridades, em razão do sigilo da investigação.

De acordo com a Polícia Federal, o valor apreendido permanecerá retido até que haja o trânsito em julgado da ação penal. Caso a Justiça reconheça a origem ilícita do dinheiro, os valores serão incorporados ao patrimônio da União. Nessa condição, os recursos poderão ser redirecionados para projetos sociais, ações de segurança pública ou mesmo doados, conforme previsão legal.

A investigação, iniciada em outubro de 2024, teve como ponto de partida a identificação de movimentações suspeitas em um galpão localizado no bairro Parque da Lagoa, também em Foz do Iguaçu. O local funcionava como entreposto para o armazenamento e a distribuição de entorpecentes, que posteriormente eram enviados para outros estados brasileiros.

Segundo a PF, os criminosos utilizavam caminhões com compartimentos ocultos — como fundos falsos e pneus — para esconder os carregamentos de drogas. Em alguns casos, empregavam cal hidratado com o objetivo de camuflar o odor dos entorpecentes e evitar a detecção por cães farejadores. A investigação revelou ainda o uso de motoristas "batedores", que seguiam à frente dos caminhões e informavam em tempo real sobre a localização de barreiras policiais.

Um dos episódios mais relevantes da apuração foi o uso, pelo grupo, de um caminhão terceirizado de uma prestadora de serviços dos Correios. Em nota, a estatal afirmou que, à época, adotou as medidas administrativas necessárias contra a empresa responsável e reforçou que tem investido continuamente em ações de prevenção e controle para assegurar a integridade dos serviços postais.

Durante o período da investigação, foram registradas cinco apreensões de drogas ligadas ao grupo, somando mais de seis toneladas de maconha e 108 kg de cocaína. As ações também resultaram na prisão em flagrante de quatro pessoas e na apreensão de dez veículos utilizados para o transporte dos entorpecentes.

A Polícia Federal segue com a apuração dos fatos, com o objetivo de identificar todos os envolvidos, os vínculos internacionais da organização e os mecanismos de lavagem de dinheiro empregados pelo grupo criminoso.