Em meio a gritos de “Vão embora”, comitiva do monarca e do primeiro-ministro foi acusada de ter uma resposta frouxa diante do desastre. // Foto: Reprodução
Porto Velho, Rondônia - O rei Felipe VI e a rainha Letizia, da Espanha, foram recebidos neste domingo, 3, em Paiporta — uma das regiões devastadas pelas inundações — com lamas, pedradas e insultos.
Em meio a gritos de “Vão embora” e “Não dormimos há seis dias”, a comitiva do rei, do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, e do governador regional de Valência, Carlos Mazón, foi acusada de ter uma resposta frouxa diante do desastre, que já contabiliza 217 mortos.
Pessoas indignadas confrontaram o rei e a rainha enquanto eles tentavam conversar com jovens que os abordaram.
Segundo a televisão estatal espanhola, a visita dos monarcas foi suspensa em meio ao tumulto. O cenário caótico levou o papa Francisco a pedir orações pelo povo espanhol durante um discurso neste domingo.
Mais tarde, Felipe VI afirmou que é preciso compreender “a raiva e a frustração” das pessoas durante a sua visita de hoje.
“Devemos dar esperança a essas pessoas, atender a emergência, mas também garantir que o Estado em toda a sua plenitude está presente”, afirmou o monarca, que disse acreditar que a situação vai melhorar “a cada dia”.
O rei espanhol deu a declaração no Centro de Emergência da Generalitat Valenciana, em L’Eliana, Valência, onde manifestou agradecimento aos trabalhadores que atuam no local.
Mortos e desaparecidos
A região metropolitana de Valência é uma das mais atingidas pelas enchentes históricas que atingiram o país na última semana e já deixaram 217 mortos e dezenas de desaparecidos.
O governo da Espanha classificou a enchente como o pior desastre do século 21 no país. Em apenas oito horas, choveu o esperado para o ano inteiro na região afetada.
O ministro dos Transportes e da Mobilidade espanhol, Óscar Puente, disse que cerca de 80 km de rodovias no leste do país estão seriamente danificadas ou bloqueadas, muitas delas por carros abandonados.
As enchentes deixaram um rastro de destruição e exigiram esforços de resgate para atender a população em diversos municípios no leste do país. Nas zonas afetadas atuam mais de 7 mil militares e 10 mil membros da Polícia Nacional e da Guarda Civil.
Além das vítimas mortais, o temporal causou danos em infraestruturas de abastecimento, comunicações e transportes.
Fonte: O Antagonista
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