“Os sinais de alerta multiplicam-se: estamos assistindo a uma exacerbação de precipitações extremas, inundações e secas", alertou Celeste Saulo, secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM). // Reprodução

Porto Velho, RO - A OMM apresentou esta segunda-feira, 7 de outubro, um novo relatório sobre os recursos hídricos, que aponta para um agravamento da escassez de água a nível mundial.

Analisando 33 anos de dados, a organização constatou que os cursos de água do mundo atingiram no ano passado um nível de seca nunca antes registrado.

Secas intensas e inundações extremas que se multiplicam em todo o mundo são um “prenúncio” do que ainda está para vir, uma vez que as alterações climáticas tornaram o ciclo da água mais irregular, alertou a ONU.

Imprevisibilidade das águas

“A água está se tornando cada vez mais imprevisível” e “os sinais de alerta são impossíveis de ignorar”, disse Celeste Saulo, secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência da ONU, numa conferência de imprensa.

“No contexto das alterações climáticas, a água está nos dando uma amostra das mudanças que se avizinham”, afirmou também Celeste Saulo em comunicado. E acrescentou: “Os sinais de alerta multiplicam-se: estamos assistindo a uma exacerbação de precipitações extremas, inundações e secas, que estão tendo um pesado custo para as vidas, os ecossistemas e as economias”.

Com 2023 sendo o ano mais quente de que há registro, as temperaturas elevadas e a precipitação geralmente baixa contribuíram para secas prolongadas.

Os fenômenos hidrológicos extremos foram incentivados não só por fatores climáticos naturais, como a transição das condições de La Niña para um episódio de El Niño em meados de 2023 (relacionados com a alterações de temperatura da superfície da água no oceano Pacífico), mas também pelas alterações climáticas induzidas pelo homem, afirmou a OMM.

“O aumento da temperatura acelerou o ciclo hidrológico, que também se tornou mais irregular e menos previsível“, explicou Celeste Saulo. “Somos confrontados com situações cada vez mais difíceis, em que a água é demasiado abundante ou insuficiente”, disse ela

Atualmente, 3,6 mil milhões de pessoas não têm acesso suficiente à água durante pelo menos um mês por ano e prevê-se que esse número ultrapasse os cinco mil milhões em 2050, segundo a ONU.

Fonte: O Antagonista