Todo o recurso arrecadado com a venda do Pirarucu é dividido entre os comunitários atendidos

Porto Velho, Rondônia - Com intuito de atender às demandas dos moradores da Reserva Extrativista Estadual (Resex) do Rio Cautário, situada no município de Costa Marques, que solicitaram um plano de manejo para o controle do Pirarucu (Arapaima gigas), espécie exótica à região, o governo de Rondônia realizou, entre os dias 18 de setembro e 9 de outubro, a segunda fase da pesca no local. A iniciativa, visa a captura do peixe em áreas onde ele não é considerado nativo.

Coordenada pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), a ação teve início em 2021 e abrange a unidade de conservação estadual de uso sustentável Resex do Rio Cautário.

SOBRE O MANEJO

Os moradores tradicionais participaram ativamente do manejo

Para que a pesca ocorresse, a participação dos comunitários foi fundamental. Os moradores tradicionais participaram ativamente, pescando, eviscerando os peixes e realizando o planilhamento de dados junto aos técnicos da Coordenadoria de Unidades de Conservação (CUC) e Coordenadoria de Licenciamento e Monitoramento Ambiental (Colmam).

Na segunda etapa da pesca manejada em 2024, foram pescados 255 peixes, totalizando mais de 14 toneladas, e garantindo uma renda superior a R$ 130 mil. Todo o recurso arrecadado com a venda do Pirarucu é dividido entre os comunitários atendidos. A comercialização e divisão dos valores são de responsabilidade da Associação dos Seringueiros do Vale do Guaporé (Aguapé), que reúne as famílias tradicionais.

Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, o esforço dos comunitários, aliado ao suporte da equipe, foi fundamental para superar as metas estabelecidas, garantir que as necessidades das comunidades locais sejam atendidas, e ao mesmo tempo, proteger a fauna nativa.

CAPACITAÇÃO

A comercialização e divisão dos valores são de responsabilidade da Associação que reúne as famílias tradicionais

Conforme a analista ambiental da Sedam e coordenadora do manejo, Chirlaine Varão, as etapas anteriores à pesca, como a capacitação técnica e comunitária e o estudo populacional dos peixes, que nos permite definir a melhor estratégia para a pesca, foram fundamentais para o sucesso do projeto.

“Desde 2022, o projeto extraiu e comercializou 637 Pirarucus, totalizando 35.098 kg retirados do Rio Cautário, sendo 24.600 kg apenas em 2024. No que diz respeito à movimentação financeira, a iniciativa gerou mais de R$ 302.916,54 (trezentos e dois mil, novecentos e dezesseis reais e cinquenta e quatro centavos) ao longo de três anos, dos quais, R$ 220.243,50 (duzentos e vinte mil, duzentos e quarenta e três reais e cinquenta centavos) foram contabilizados somente em 2024”, destacou a coordenadora do manejo.

O secretário da Sedam, Marco Antonio Lagos, celebrou os resultados alcançados. “Conseguimos aumentar a eficácia das estratégias de manejo e controle graças ao empenho da equipe. Esse progresso é um exemplo do trabalho coletivo para enfrentar os desafios ambientais e promover a conservação dos recursos naturais”, ressaltou.