PF fecha aeroporto de Caxias do Sul após assalto a carro-forte — Foto: Reprodução
O assalto, ocorrido em 19 de junho, é considerado maior registrado no Rio Grande do Sul. A Operação Elísios resultou na prisão preventiva de 12 suspeitos, em uma prisão temporária, no cumprimento de 12 mandados de busca e na apreensão de 26 veículos. A PF ainda representou à Justiça Federal pelo sequestro de 19 contas bancárias e quatro imóveis.
Como o crime foi planejado
A apuração indica que indivíduos faccionados de São Paulo chegaram ao Rio Grande do Sul dias antes do episódio e contaram com o apoio de criminosos do estado para a execução de quatro etapas de atuação: planejamento, execução, fuga e exfiltração.
A ação passou pelo custeio e transporte de fuzis, pistolas, armas de guerra, munições, explosivos, “jammers”, “miguelitos”, aparelhos telefônicos, chips, radiocomunicadores, roupas táticas, coldres, bandoleiras, veículos, placas falsas, plotagem de carros, hospedagens e esconderijos.
Os crimes revelados na Operação Elísios são: latrocínio, falsificação de símbolo, explosão, falsificação de identidade, adulteração veicular, usurpação de função pública, posse de arma de uso restrito, lavagem de dinheiro, organização criminosa com arma de fogo e embaraço à investigação de organização criminosa. As penas máximas para os crimes indicados, se somadas, chegam a 97 anos de prisão. Praticamente todos os indiciados já responderam por crimes dessa natureza.
Relembre o assalto
No dia 19 de junho, o carro-forte recebia R$ 30 milhões em malotes de dinheiro levados de Curitiba em uma pequena aeronave. O montante, conforme a Zero Hora, pertence a um banco provado e foi roubado por um grupo de oito a 10 pessoas que atacou os funcionários da empresa de transporte.
O assalto ao carro-forte resultou na morte do sargento Fabiano Oliveira, 47 anos, do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM). Ele estava na primeira viatura a se deslocar para atender a ocorrência.
Além dele, um criminoso também morreu no confronto e já foi identificado pelas forças de segurança. Ele chegou a tentar fugir em uma caminhonete que havia sido falsamente identificada com adesivos da PF. Com ele, foram recuperados cerca de R$ 15 milhões, ou seja, metade do total. Segundo a ZH, ele é natural do Piauí, e tem passagens policiais em São Paulo.
De acordo com o tenente-coronel Ricardo Moreira de Vargas, comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar, a corporação optou por não divulgar a identidade do criminoso para não atrapalhar as investigações do caso e as buscas pelos fugitivos.
Na ação, os criminosos portavam armamentos pesados, como um fuzil Barrett M82 de calibre .50, fardas falsas e adesivos da Polícia Federal, o que teria facilitado o acesso ao hangar do aeroporto. Em um dos vídeos, é possível ver homens encapuzados, armados com fuzis e roupas pretas. Os assaltantes são procurados pelas forças de segurança gaúchas.
Em nota, a Protege, empresa responsável pela segurança do montante, afirmou que o ataque foi efetuado de "forma desproporcional", e que um funcionário foi ferido na troca de tiros, mas passa bem. Os vigilantes reagiram e ficaram abrigados dentro do carro-forte.
Conforme relatado pela ZH, funcionários de empresas que ficam no aeroporto foram feitos de reféns, e ao menos três pessoas permaneceram com os assaltantes por cerca de 30 minutos, até que os agentes do Choque fizessem o resgate.
A operação recebeu o nome de Elísios, em homenagem ao sargento da Polícia Militar do Rio Grande do Sul que veio a falecer durante o assalto ao aeroporto. “Campos Elísios” é uma referência da mitologia grega do lugar onde os homens virtuosos repousam de forma digna após a morte.
Fonte: O GLOBO
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