Candidato do PRTB diz que irá 'internacionalizar' a campanha a prefeito de São Paulo e não explica se retorna a tempo de subir em palanque com Jair Bolsonaro na Avenida Paulista

O candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) durante corpo a corpo em ato de campanha no Parque do Ibirapuera no último dia 2 — Foto: Marina Uezima/Brazil Photo Press/Agencia O Globo

Porto Velho, Rondônia - O empresário Pablo Marçal (PRTB) fez as malas e deixou o Brasil na manhã desta quinta-feira (5), a dois dias de uma manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em São Paulo, durante o 7 de Setembro. A equipe confirmou o embarque no aeroporto de Guarulhos e postou fotos nas redes sociais com passaportes. Os destinos, no entanto, só serão revelados mais tarde pelo candidato.

Em conversas com jornalistas ao longo da semana, Marçal disse estar empenhado em "internacionalizar" a campanha. Ele pretende visitar três países para, nas suas palavras, conhecer modelos de gestão e ideias que poderiam ser aplicadas na capital paulista. O candidato não quis dar mais detalhes sobre o tour, incluindo as datas e se estará em São Paulo no próximo dia 7.

Na terça-feira, 3, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), próximo do pastor evangélico Silas Malafaia, organizador do evento na Paulista, afirmou ao GLOBO que tanto Marçal quanto o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e a candidata Marina Helena (Novo) sinalizaram que estarão presentes no ato. O ex-coach faz mistério e acusou a imprensa de mentir sobre o assunto.

Desafeto do candidato do PRTB, Malafaia chegou a dizer que ele não subiria no trio caso aparecesse na Paulista porque o empresário evita fazer críticas mais contundentes ao ministro Alexandre de Moraes e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele citou uma postagem no "X" em que Marçal sugere que o impeachment serviria apenas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicar um ministro alinhado ideologicamente com a esquerda.

O pastor acabou desautorizado pelo próprio Bolsonaro, que gravou vídeo dizendo que "qualquer candidato" a prefeito de São Paulo seria bem-vindo na manifestação. O comentário, junto com a trégua estabelecida entre Marçal e o vereador Carlos Bolsonaro (PL), irritou a campanha de Nunes e acendeu o alerta para um eventual desembarque do bolsonarismo do projeto de reeleição do prefeito.


Fonte: O GLOBO