Defensores do direito ao aborto protestam em frente à sede da Suprema Corte dos EUA, em Washington DC — Foto: Jim WATSON / AFP
Porto Velho, Rondônia - Um juiz de Dakota do Norte derrubou, nessa quinta-feira, uma lei que proibia a maioria dos abortos no estado conservador dos EUA. Em suas alegações, Bruce Romanick chamou a legislação de vaga e inconstitucional. Dakota do Norte aprovara, no ano passado, a proibição do aborto, exceto em casos de violação ou incesto e se a gravidez representar risco grave para a saúde da mãe.
Mesmo nesses casos, o procedimento só poderia ser realizado em mulheres com menos de seis semanas de gravidez. O juiz distrital proferiu sua decisão em uma ação movida pela única clínica de aborto de Dakota do Norte, que desde então se mudou para o estado vizinho de Minnesota, onde o procedimento ainda era legal.
Segundo ele, a lei aprovada pela legislatura de maioria republicana de Dakota do Norte era “confusa e vaga”.
— Tal como está escrito, pode ter um efeito negativo profundo sobre a disposição dos médicos de realizar abortos, mesmo quando a Suprema Corte de Dakota do Norte já disse que existe um direito fundamental de fazê-lo para preservar a vida ou a saúde de uma mulher — observou Romanick.
A lei, argumentou ele, também falha por razões constitucionais.
— A Constituição de Dakota do Norte garante a todas as pessoas, incluindo as mulheres, o direito fundamental de tomar decisões médicas que afetem a sua integridade corporal, saúde e autonomia, em consulta com o profissional de saúde da sua escolha e sem interferência governamental — disse Romanick.
Meetra Mehdizadeh, advogada do Centro para os Direitos Reprodutivos, celebrou a decisão como uma “vitória para a liberdade reprodutiva”, embora lamentasse que o “dano” causado em Dakota do Norte “não possa ser reparado da noite para o dia”.
O direito ao aborto tornou-se uma questão fundamental nas eleições presidenciais de novembro, entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris. Além disso, é bandeira dos democratas desde que, em 2022, a Suprema Corte dos EUA, dominada por conservadores, anulou o direito a esse procedimento em todos os Estados Unidos.
Fonte: O GLOBO
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