'Education at a Glance' aponta que, nesse mesmo período, a média de gastos dos países ricos subiu de US$ 14,8 mil para US$ 17,1 mil no ensino superior público

Antigo prédio da Reitoria da UFRJsofre com problemas estruturais — Foto: Hermes de Paula/Agência O Globo

Porto Velho, Rondônia - O gasto por aluno em universidades públicas caiu no meio da pandemia de Covid-19, mesmo com o aumento de demandas das instituições. De acordo com o relatório "Education at a Glance" de 2024, ele caiu de US$ 14,7 mil (o equivalente a R$ 82,1 mil hoje), em 2020, para US$ 13,5 mil (R$ 75,4 mil) em 2021.

Divulgado anualmente pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o "Education at a Glance" reúne e compara os principais indicadores internacionais ligados à educação. Os dados são fornecidos pelos próprios países.

Nesse mesmo período analisado, a média de gastos das economias mais desenvolvidas do mundo, integrantes da OCDE, subiu de US$ 14,8 mil (R$ 82,7 mil) para US$ 17,1 mil (R$ 95,5 mil). A informação de 2020 consta no "Education at a Glance" do ano passado e a de 2021 foi revelada nesta terça-feira no relatório de 2024 pela organização.

As universidades brasileiras viveram uma crise sem precedentes durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que era abertamente crítico às instituições e houve uma série de conflitos entre reitores de instituições federais e o Ministério da Educação daquela gestão.

Já em 2020, as federais registraram pela primeira vez desde 1990 uma queda no número de matrículas. No ano seguinte, o aperto financeiro foi tão grande que muitas correram o risco de terem de fechar prédios e interromper serviços essenciais.

Em meio ao aperto financeiro, que deixou dívidas que estão sendo pagas até hoje pelas instituições, as universidades ainda tiveram de lidar com desafios como garantir a permanência dos estudantes num momento de maior vulnerabilidade econômica do país, reforçar medidas sanitárias para o retorno das atividades e até direcionar recursos para o desenvolvimento de soluções para combater da própria pandemia.


Fonte: O GLOBO