Ronald Lee Syvrud, de 66 anos, foi preso após publicar ameaças de morte contra o ex-presidente Donald Trump nas redes sociais — Foto: Divulgação/Gabinete do Xerife do Condado de Cochise
Syvrud já enfrentava vários mandados de prisão tanto em Wisconsin quanto no Arizona, incluindo acusações de dirigir embriagado e por um crime de atropelamento com fuga. Em comunicado, as autoridades de segurança do condado de Cochise afirmaram que o homem foi preso na tarde desta quinta-feira "sem maiores incidentes". No mesmo dia, Trump esteve na região e tentou culpar sua rival, a vice-presidente Kamala Harris, por permitir a entrada de imigrantes ilegais no país.
No início deste mês, um homem da Virgínia também foi preso após publicar repetidas ameaças de morte contra Kamala em uma rede social. As publicações foram feitas dias depois da vice-presidente passar a ser a presumível candidata do Partido Democrata à Presidência, disseram as autoridades. Identificado como Frank Lucio Carillo, de 66 anos, ele foi detido em 2 de agosto e compareceu ao tribunal três dias depois.
A detenção ocorreu após o FBI descobrir quase 20 ameaças contra Kamala a partir de uma conta vinculada a Carillo, segundo documentos do tribunal para o Distrito Ocidental da Virgínia. As ameaças incluíam promessas de matar a vice-presidente e sua família, arrancar os olhos dela com alicates e queimá-la viva. A acusação de crime acarreta uma pena máxima de até cinco anos de prisão.
Carillo também ameaçou outros dois funcionários e grupos. Em declaração juramentada, o FBI citou “4.359 postagens/respostas” feitas pela conta dele “direcionadas a vários funcionários públicos” no ano passado, incluindo o presidente dos EUA, Joe Biden, o diretor do FBI, Christopher Wray, e Stephen Richer, oficial do Condado de Maricopa conhecido por rejeitar as alegações do ex-presidente Donald Trump de que a eleição presidencial de 2020 havia sido roubada.
Ameaças crescentes
O número de ameaças contra funcionários públicos aumentou dramaticamente nos últimos anos, com autoridades em todos os níveis – e em todo o país – sendo alvos de membros do público que, segundo especialistas, têm uma ampla gama de visões políticas. No ano passado, mais de 450 juízes federais foram alvo de ameaças, aumento de aproximadamente 150% desde 2019.
A polícia do Capitólio dos EUA investigou mais de 8 mil ameaças a membros do Congresso no ano passado, um aumento de mais de 50% desde 2018. Para especialistas, plataformas de redes sociais que amplificam a indignação desempenham um papel – e elas podem transformar até mesmo funcionários públicos pouco conhecidos em potenciais bodes expiatórios.
Rachel Kleinfeld, uma pesquisadora sênior da organização Carnegie Endowment for International Peace, que estuda violência política, disse este ano que, embora os casos de violência política nos Estados Unidos permaneçam raros em comparação com outros países, houve suficientes para tornar as ameaças de violência “credíveis”. (Com NYT)
Fonte: O GLOBO
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