Yaylagul Ramazanova, do Azerbaijão, superou chinesa em duelo acirrado, mas acabou eliminada por alemã na rodada seguinte

Porto Velho, Rondônia - Grávida de seis meses e meio, Yaylagul Ramazanova, do Azerbaijão, contou com uma ajudinha para superar a chinesa An Qixuan na rodada eliminatória do tiro com arco de Paris-2024. A atleta de 34 anos disse aos jornalistas ter sentido o bebê chutar logo antes de disparar a "flecha salvadora" que desemparou o duelo e selou o triunfo.

A atleta afirmou não ter se incomodado com sintomas da gravidez durante a preparação para as Olimpíadas 2024. Ela disse que foi justamente o contrário.

— Senti meu bebê me chutar antes de atirar a última flecha, depois atirei um 10 — disse a arqueira à agência de notícias chinesa Xinhua. — Durante minha preparação para as Olimpíadas, não me senti desconfortável por causa da gravidez. Pelo contrário, senti que não estava lutando sozinha, mas que estava lutando com o meu bebê.

O placar estava 5 a 5, e ganhava aquela que chegasse primeiro a 6. Na flecha final, Yaylagul Ramazanova atingiu o centro do alvo e marcou 10. Sua adversária ficou com 9. A atleta do Azerbaijão acabou eliminada na rodada seguinte, contra a alemã Michelle Kroppen, mas destacou a importância de ter participado da competição.

— Eu queria ganhar uma medalha. Todos os atletas querem, mas nem todos podem. Não importa, desde que eu faça o meu melhor. Ensinarei tiro com arco ao meu filho se ele ou ela estiver interessado no esporte — ressaltou.

Esgrimista Nada Hafez revelou ter competido grávida em Paris — Foto: Reprodução / Instagram

A esgrimista Nada Hafez, do Egito, também competiu com um bebê no ventre. Ela participou das provas de sabre feminino individual nesta segunda-feira e foi eliminada para a sul-coreana Hoyoung Jeon nas oitavas de final. Só depois dos duelos a egípcia revelou estar grávida de 7 meses.

"A montanha-russa da gravidez já é difícil por si só, mas ter que lutar para manter o equilíbrio entre a vida e os esportes foi cansativo, mas valeu a pena", disse Hafez em uma postagem no Instagram, que descreveu um "quinhão de desafios" físicos e emocionais.

Mamãe, a esgrimista se disse orgulhosa por chegar às oitavas. Aos 27 anos, esta foi sua terceira olimpíada: ela já havia competido na Rio-2016 e em Tóquio-2020. Agora, no entanto, foi diferente: "desta vez carregando um pequeno olímpico", definiu a atleta. Ela também agradeceu ao marido, o cirurgião Ibrahim Ihab, que estava na arquibancada.


Fonte: O GLOBO