Porto Velho, Rondônia - Na última quarta-feira, servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) alteraram a rotina de atendimento ao público ao dar início a uma greve.

Essa decisão veio em contexto de negociações frustradas com o governo federal sobre melhores salariais e condições de trabalho.

A greve, que deveria começar somente no dia 16 de julho, teve sua data antecipada para pressionar por avanços nas conversas.

Estratégias relacionadas a um necessário “pente-fino” nos registros do INSS, que visam auxiliar a equipe econômica a realizar cortes de gastos, podem sofrer atrasos devido a essa paralisação.

Este contexto coloca o governo em uma situação delicada, pois há a expectativa de começar as revisões de benefícios em agosto, conforme apontamentos do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Quais são as principais implicações da greve do INSS?

Este movimento grevista não é apenas uma questão de demanda por ajustes salariais.

Os servidores do INSS buscam a valorização da carreira de técnico de seguro social e melhores condições de trabalho, frente ao crescente uso de tecnologias como inteligência artificial.

Essas tecnologias, embora eficientes, preocupam quanto ao futuro dos empregos humanos dentro do sistema.

Impactos imediatos no planejamento do governo

Neste período de greve, a espera por uma vitória nas negociações é grande, mas há uma preocupação maior ainda por parte da presidência.

Há riscos evidentes de que a paralisação atrapalhe o início da revisão dos cadastros, componente vital do plano para economizar R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias.

Essa estratégia faz parte de um esforço maior para balancear as contas públicas, em um cenário onde o Brasil busca um déficit zero em seu resultado primário para 2024, com uma margem de 0,25 ponto percentual para mais ou menos.

Propostas e reivindicações
  • Reajuste salarial acumulado de 24,8% de 2023 até 2026, cobrindo a inflação passada e parte das perdas anteriores.
  • Reconhecimento da carreira de técnico do seguro social como uma carreira de estado, aumentando sua valorização.
  • Alteração do nivel de ingresso para o cargo para formação em nível superior.
  • Criação de gratificações e ajustes em padrões de carreira, propondo que o caminho da carreira seja estendido de 17 para 20 padrões.

Enquanto as negociações continuam e os impactos da greve começam a ser mais sentidos, cabe agora ao governo envidar esforços para chegar a um consenso, que não só termine com a greve mas também fortaleça o corpo técnico do INSS para enfrentar os desafios futuros.

Ainda assim, para os cidadãos que precisam dos serviços do INSS, a plataforma “Meu INSS“, acessível por dispositivos móveis e computadores, e a Central de Atendimento 135 permanecem como opções viáveis para evitar maiores transtornos.

Fonte: O Antagonista