Despedida do atacante para a Europa foi há quase dois anos, exatamente neste confronto. Agora no alvinegro, o camisa 7 pode aumentar lista de ‘crias’ de Xerém que marcam contra o tricolor

Porto Velho, Rondônia - O Botafogo mostrou força e ambição no começo deste ano ao fazer um movimento que bateu um recorde do mercado de transferências: Luiz Henrique se tornou a contratação mais cara da História do futebol brasileiro.

Adquirido do Real Betis-ESP por um valor que pode chegar a 20 milhões de euros (cerca de R$ 106 milhões), envolvendo metas e bônus, provou o desejo de John Textor em elevar o nível de sua equipe. Ao mesmo tempo, o atacante de 23 anos tem um passado próximo que entrará em cena nesta noite. A partir das 20h, no Nilton Santos, o alvinegro faz clássico pelo Brasileirão contra o Fluminense, clube que revelou o camisa 7.

O Botafogo assume a liderança provisória com um triunfo, enquanto o Fluminense tenta se afastar da parte de baixo da tabela.

O tricolor possui um trabalho qualificado em sua base, que distribuiu vários talentos pelo Brasil e mundo ao longo dos últimos anos. Como diz o ditado, "a água de Xerém tem algo de diferente". O Fluminense não apenas tem usufruído do talento dos jovens e do dinheiro que eles deixam nos cofres, mas também tem se acostumado a enfrentar suas "crias" quando retornam, sobretudo do futebol europeu, para rivais.

Quando surgiram os rumores de que Luiz Henrique estava na mira de Botafogo e até do Flamengo, o Fluminense também lançou suas cartas na mesa para tentar repatriá-lo, mas prevaleceu a força financeira do proprietário da SAF alvinegra, que fechou negócio no fim de janeiro.

A passagem do novo camisa 7 de General Severiano é de três gols e duas assistências em 17 jogos até agora. Uma lesão na panturrilha esquerda o tirou de combate por quase 50 dias entre fevereiro e março, o que o fez perder o único Clássico Vovô do ano até aqui — vitória alvinegra por 4 a 2, no Maracanã, pelo Carioca. Nada que tirasse seu status de referência no setor ofensivo.

"Leis do ex"

Da última vez que enfrentou um rival, o Flamengo, também pelo Brasileirão, fez o primeiro gol do triunfo por 2 a 0. Caso marque novamente, Luiz estará dando sequência à sina de "leis do ex" que atinge as Laranjeiras.

Dentro do atual elenco do Botafogo, Marlon Freitas é um desses exemplos, pois o volante marcou duas vezes no jogo do Estadual e vem jogando bem nos reencontros contra o clube que o formou. Seu retrospecto é impressionante. Em nove jogos contra o tricolor, incluindo o tempo no Atlético-GO, foram nove vitórias.

Entra em campo uma outra estatística incômoda para um lado neste clássico. São cinco jogos e quase dois anos sem uma vitória do Fluminense frente ao Botafogo. A última foi em 26 de junho de 2022, no Nilton Santos, pelo primeiro turno do Brasileirão. Curiosamente, foi a despedida de Luiz Henrique antes de partir para a Europa.

Pedro, hoje no Flamengo, também já causou feridas no Flu. Em 22 partidas contra o ex-clube, foram cinco gols marcados. No jogo de ida da final do Carioca do ano passado, vencido pelo rubro-negro por 2 a 0 — o tricolor conseguiu a virada por 4 a 1 na volta —, o atacante e Ayrton Lucas, lateral igualmente formado em Xerém, foram os marcadores. Ambos possuem retrospecto positivo nos confrontos diretos, assim como Gerson, outra revelação tricolor.

De acordo com o presidente Mário Bittencourt, em coletiva no ano passado, o clube lucra cerca de R$ 100 milhões por ano, em média, com as vendas de atletas formados em casa. Em 2022, Luiz Henrique saiu para o futebol espanhol em uma negociação que poderia render até 13 milhões de euros (R$ 71,5 milhões na cotação da época). É uma relação de ônus e bônus para uma instituição que não tem a mesma condição financeira de vencer a concorrência dos rivais.

Convocados ausentes

Hoje, Artur Jorge deve ter a volta de Tiquinho Soares à equipe titular. Desde que retornou de lesão no final do mês passado, o centroavante sempre começou entre os reservas. Porém, Savarino se tornou desfalque, convocado pela seleção da Venezuela para a Copa América, e se juntou a Danilo Barbosa (suspenso), Eduardo, Marçal e Jeffinho (machucados).

Um desfalque por conta da Copa América também é um problema para Fernando Diniz, que perdeu Jhon Arias para a seleção colombiana — Marquinhos deve jogar em sua vaga. Felipe Melo não treinou e deve ser preservado. Por outro lado, Samuel Xavier e Lima retornam, assim como o próprio treinador, após cumprir suspensão automática.


Fonte: O GLOBO