Chefe da polícia de Berlim nega haver indicação concreta de ataque, mas afirma que eventuais ameaças são levadas a sério e verificadas com parceiros internacionais

Porto Velho, Rondônia - Para sediar com sucesso a Eurocopa de 14 de junho a 14 de julho, a Alemanha conta com o legado da Copa do Mundo de 2006, com seus estádios modernos e sempre lotados, mas com a grande preocupação com a segurança, em meio a um contexto geopolítico tenso.

A última vez que a Alemanha recebeu um grande torneio de futebol foi em 2006, com uma Copa do Mundo muito bem organizada pelas mãos de Franz Beckenbauer e cinco semanas de clima de festa em todo o país.

Os estádios foram o grande legado deixado pela Copa do Mundo e, quase duas décadas depois, das dez sedes dos 51 jogos da Eurocopa, nove receberam jogos do Mundial.

No total, são esperados 2,7 milhões de espectadores em estádios cuja capacidade foi um pouco reduzida, já que a Uefa não autoriza lugares em pé, algo que o futebol alemão tem vivido desde a temporada 2022/2023. Assim, o estádio do Borussia Dortmund passará dos habituais 81.365 lugares para 62 mil.

À frente da organização, o ex-capitão dos campeões mundiais de 2014, Philipp Lahm, não teve que se preocupar muito com a infraestrutura, mas há outra questão que traz muitas dores de cabeça.

— Desde o início, a segurança é uma questão de nossas grandes precauções — disse Lahm em entrevista à AFP em março.

Além dos 2,7 milhões de visitantes com ingressos para os jogos, a Alemanha se prepara para receber 12 milhões de pessoas nas 'fan zones', aqueles locais onde torcedores se reúnem nas cidades-sede para assistir aos jogos em telões gigantes.

Especialistas de cada país participante ajudarão as autoridades alemãs, a Europol e a Uefa a monitorar e coordenar as medidas de segurança a partir de uma enorme sala de conferências de 500 metros quadrados, equipada com 129 computadores e um gigantesco telão de 40 m² no Centro de Cooperação (IPCC) em Neuss (oeste).

A segurança no entorno dos dez estádios que receberão os jogos será feita por um contingente de 800 a 1.300 agentes das forças de segurança. Além disso, haverá pontos de controles nas fronteiras alemãs durante o torneio e patrulhas conjuntas de gendarmes franceses e da polícia federal alemã monitorarão as rotas Paris-Stuttgart e Paris-Frankfurt.

— Os grandes eventos esportivos são sempre alvos potenciais de ataques terroristas — afirma Johannes Saal, especialista em segurança da Universidade de Lucerna, descrevendo a atual situação geopolítica como "muito tensa" devido à guerra em Gaza e à ameaça jihadista.

A chefe da polícia de Berlim, Barbara Slowik, ponderou que "há anos" fala-se "abstratamente" sobre "uma grande ameaça". No entanto, segundo ela, não há nenhuma indicação concreta de um ataque.

— As ameaças são levadas a sério e verificadas com os parceiros internacionais — acrescentou.


Fonte: O GLOBO