Parentes das vítimas pediram ao governo brasileiro transferência para local seguro

Porto Velho, Rondônia - Funcionários da embaixada do Brasil em Beirute vão conversar, nesta segunda-feira, com a equipe médica que presta atendimento aos três brasileiros feridos no Líbano, em meio aos conflitos entre as forças armadas israelenses e o Hezbollah. De acordo com interlocutores do governo brasileiro, a partir de uma avaliação mais precisa será possível tomar decisões, como a transferência segura dos nacionais para a capital do país, como pedem familiares das vítimas.

No último sábado, Fatima Boustani e dois de seus quatro filhos foram atingidos por bombardeios em Saddikine, no interior do país e em uma região próxima a Israel. O Brasil condenou os ataques e informou que os feridos receberam atendimento médico no Hospital Libanês Italiano, em Tiro, cidade localizada ao sul do Líbano.

Parentes próximos das vítimas relataram ao GLOBO que pediram ao governo brasileiro que transfiram, com urgência, os dois filhos de Fatima que escaparam dos bombardeios para uma área segura. O marido da brasileira, Ahmad Aidibi, está em São Paulo e se encontra em estado de choque, disseram familiares das vítimas.

As duas crianças, Mariam, de 7 anos de idade, e Wajih, 12 anos, estão na casa de parentes no interior do Líbano, em uma região próxima onde se concentram os ataques. Fátima está em estado grave na UTI, com sangramentos na cabeça e no pulmão. Seus dois filhos, Ali e Zahraa estão internados com ferimentos por diversas partes do corpo.

Fátima e seus dois filhos aguardam autorização médica para a transferência. Até domingo, a expectativa era que, dentro de 24 horas, dependendo da evolução do estado de saúde, a família saberia se será ou não possível a locomoção para um hospital fora da área de risco.

Na tarde de sábado, a casa da família foi destruída por um bombardeio. No momento do ataque, Fátima estava com os filhos Zahraa e Ali.

As crianças viam televisão no momento do bombardeio. Zahraa chegou a ver a mãe desacordada enquanto era socorrida e estava em estado de choque, sem conseguir falar. Ela precisou passar por duas cirurgias na perna para estancar um sangramento e está acordada no hospital. Ali teve ferimentos leves nas pernas, cabeça e mãos nas hora da explosão e está na enfermaria do hospital.


Fonte: O GLOBO