Porto Velho, Rondônia - A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que as enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul este mês já tenham gerado um prejuízo de R$ 3,32 bilhões. De acordo com a CNC, o estado vem sofrendo uma perda diária de receitas na ordem de R$ 123 milhões.

Além dos danos financeiros, as enchentes também têm afetado a infraestrutura e o abastecimento dos estabelecimentos comerciais. Segundo dados preliminares da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), houve uma queda abrupta de 28% no fluxo de veículos de carga nas estradas do estado.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, ressalta que o impacto das enchentes é devastador, não apenas em termos financeiros, mas também em relação à infraestrutura necessária para o funcionamento do comércio.

Impacto do varejo na economia

O Rio Grande do Sul é a quinta unidade da federação em termos de movimentação financeira anual. Em 2023, o comércio gaúcho movimentou R$ 203,3 bilhões, representando 7% do total do volume de vendas no varejo brasileiro.

No entanto, segundo o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes, as perdas impostas pela tragédia climática deverão trazer o volume de vendas local ao nível observado no primeiro semestre de 2021, prejudicando a recuperação econômica da região.

Recuperação do varejo

Enquanto o Rio Grande do Sul sofre com as enchentes, o restante do Brasil apresenta alguns sinais de recuperação no comércio varejista. De acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de vendas no comércio varejista brasileiro cresceu 0,9% em abril. Esse desempenho marca o quarto avanço mensal consecutivo neste ano, algo que não ocorria desde 2012.

A redução das taxas de juros tem contribuído para aliviar o orçamento familiar, com a taxa de desocupação atingindo o menor nível em 10 anos.

A continuação da recuperação do varejo dependerá da trajetória dos juros e da inflação. Nesse contexto, a CNC mantém a expectativa de crescimento do volume de vendas em 2,1% para este ano.


Com informações da Agência Brasil/O Antagonista