Porto Velho, Rondônia - Diante dos estragos causados pelas recém ocurridas enchentes no Rio Grande do Sul, surge um novo desafio relacionado ao destino final dos veículos afetados pelas águas. Muitos carros, que sofreram dano irreparável, passam agora por um processo crucial de baixa e reciclagem, uma questão fundamental tanto para o meio ambiente quanto para a saúde pública.

A problemática ganha enfoque nas ações do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), que busca maneiras eficientes de lidar com os veículos considerados irrecuperáveis. Esta medida preventiva é essencial para evitar problemas ambientais e sanitários que possam surgir a partir do abandono desses veículos.

Qual a importância da baixa de veículos irrecuperáveis?

Para veículos com perda total, a baixa é uma etapa jurídica e ambiental importante, comunicando oficialmente ao Detran de que o veículo não existe mais para fins legais e administrativos. Isso desobriga os proprietários das responsabilidades contínuas como taxas e impostos, além de ser o primeiro passo para o processo de desmonte e reciclagem.

Como Funciona o Desmonte e a Reciclagem de Veículos no RS?

O Rio Grande do Sul conta com cerca de 420 Centros de Desmanches de Veículos (CDVs). Nesses locais, após a entrega dos carros por parte dos proprietários, inicia-se a cuidadosa etapa de descontaminação. Aqui, as peças ainda aproveitáveis são separadas para venda, enquanto as outras são encaminhadas para empresas recicladoras licenciadas. Este processo garante que cada parte dos veículos seja reutilizada ou descartada propriamente, mitigando potenciais danos ambientais.

  • Benefícios de Destinar Corretamente Veículos Danificados
  • Redução da contaminação do solo e de corpos d’água por fluídos veiculares como óleo e combustível.
  • Prevenção contra doenças, evitando que carros abandonados tornem-se criadouros de mosquitos transmissores de doenças como dengue e febre amarela urbana.
  • Diminuição de custos para os proprietários, que deixam de pagar taxas e impostos vinculados aos veículos.

Segundo o biólogo Denílson Almeida, membro da equipe do Detran do Rio Grande do Sul, a preocupação vai além dos problemas ambientais. Veículos abandonados servem de abrigo para animais, aumentando os riscos de acidentes com animais peçonhentos. Portanto, a conscientização sobre a importância deste sistema de baixa e reciclagem é imperativa para manter a saúde pública e a integridade do meio ambiente.

Ainda há uma possibilidade de recuperação de parte dos valores investidos através da restituição do IPVA proporcional, o que representa um alento financeiro em tempos de perdas e reconstruções. Iniciativas como essas destacam a importância de políticas públicas eficientes e responsáveis em períodos de crises e reconstrução.

Fonte: O ANTAGONISTA