Porto Velho, Rondônia  - Um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil revelou dados preocupantes sobre o volume de água tratada perdida no país. De acordo com o levantamento, mais de 3,6 bilhões de metros cúbicos de água potável são desperdiçados anualmente apenas com vazamentos na rede de distribuição. Esse número alarmante seria capaz de abastecer aproximadamente 54 milhões de pessoas.

Além das chamadas perdas físicas, outros fatores como erros de medição, furtos e perdas comerciais elevam a quantidade de água não contabilizada para cerca de 7 bilhões de metros cúbicos. Esse excedente representaria o volume de quase 7.636 piscinas olímpicas desperdiçadas diariamente, destacando-se um problema de grande escala que demanda atenção imediata.

Qual é a Dimensão do Desperdício de Água no Brasil?

Em 2022, quase 38% da água distribuída nas cidades brasileiras não chegou às torneiras dos consumidores. Esse índice coloca o Brasil mais de 20% acima da média observada em países desenvolvidos, que permanece em torno dos 15%. O Instituto Trata Brasil alerta que esse desperdício não apenas representa uma perda de recurso valioso, mas também acarreta um efetivo desperdício econômico e ambiental considerável.

Quais São as Medidas Para Reduzir as Perdas de Água?

Desde 2021, com a publicação de uma portaria pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, municípios que aspiram a financiamentos federais para projetos de saneamento básico precisam cumprir metas de redução dessas perdas. Contudo, segundo o levantamento anual do instituto, apenas 9 das 100 cidades mais populosas do Brasil atingiram um índice abaixo de 25% de desperdício, com algumas cidades-modelo em São Paulo, como Limeira e Campinas, e outras como Maringá e Petrópolis.

Por que Investir em Saneamento Básico?

A correlação direta entre o aumento do investimento em saneamento básico e a redução nas perdas de água é evidente. Luana Pretto, presidente do Instituto Trata Brasil, afirma que o Brasil gasta cerca de R$ 111 por habitante ao ano em saneamento, um valor considerado insuficiente. Pretto propõe que o investimento ideal seria de R$ 231 por habitante ao ano para adequar-se às necessidades atuais e futuras, principalmente frente às mudanças climáticas que alteram os padrões de chuva e disponibilidade hídrica.

A melhoria na gestão dos recursos hídricos e a adequada infraestrutura de saneamento são prementes para garantir que a crescente população tenha acesso a água potável e a serviços básicos essenciais. Este é um desafio que pede uma resposta imediata, mobilizando tanto lideranças políticas quanto a sociedade para uma agenda de sustentabilidade e responsabilidade compartilhada.
  • Aumento do investimento em saneamento
  • Redução significativa das perdas físicas de água
  • Melhoria das condições de vida e saúde pública
  • Preservação de recursos hídricos para gerações futuras