Porto Velho, Rondônia - Os investidores devem responder na sessão desta quinta-feira, 9, à mudança no ritmo de cortes da Selic, taxa básica de juros, anunciada na noite anterior pelo Banco Central. A definição de reduzir a taxa em 0,25 ponto percentual para 10,50% ao ano era esperada, mas a divisão entre os membros do Copom (Comitê de Política Monetária) parece preocupar agentes do mercado.

O resultado da votação, com 5 votos pelo corte de 0,25 p.p. e 4 pelo corte de 0,50 p.p. (todos os indicados do presidente Lula), deve gerar ruídos no mercado em função de uma suposta flexibilidade maior na política monetária a partir do ano que vem, quando a totalidade dos membros do Comitê será de indicados do petista.

O comunicado sem indicação dos próximos passos também pode gerar confusão entre os operadores nesta quinta-feira, 9. De acordo com o texto, novos ajustes na taxa de juros “serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta“.

Apesar da divisão na medida adequada para a Selic no encontro, há destaque no documento para o entendimento “unânime” de que o “cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas desancoradas demandam maior cautela“.

Além da reação ao Copom, os investidores também devem acompanhar a apreciação dos vetos presidenciais em sessão do Congresso Nacional marcada para esta quinta. Na pauta de deliberações está o calendário obrigatório de liberação de emendas aprovado pelo parlamento na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024 e vetada por Lula. A medida diminui o poder de barganha do Executivo por garantir os repasses automaticamente, evitando a negociação caso a caso.

Deputados e senadores também querem derrubar o veto do presidente aos 5,6 bilhões de reais previstos para as chamadas emendas de comissão. O Planalto tenta negociar a redução do montante para 3,6 bilhões de reais.

Fonte: O Antagonista