Porto Velho, Rondônia - Pesquisadores ao redor do mundo têm demonstrado com crescente entusiasmo que atividades físicas, como musculação, caminhada e dança, não apenas fortalecem o corpo, mas também oferecem benefícios significativos para o bem-estar mental. Um destaque especial para seu papel no combate à depressão e na prevenção de doenças como o Alzheimer. Neste contexto, trazemos os insights mais recentes sobre como incorporar essas práticas no dia a dia pode ser transformador.

O que releva a ciência sobre exercícios e saúde mental?

Em recente estudo realizado por universidades brasileiras, descobriu-se que a prática regular de atividades físicas pode ser um forte coadjuvante no tratamento de pacientes com depressão. O professor Lucas Neves, especialista em Ciências da Saúde, aponta que indivíduos que participam de treinos frequentes, especialmente aqueles com três ou mais sessões semanais, demonstram uma resposta antidepressiva consideravelmente maior. A pesquisa, que analisou mais de 2.000 estudos, revela uma correlação direta entre a frequência e intensidade dos treinos e a melhora no humor dos participantes.

Como a musculação pode prevenir o Alzheimer?

Um estudo pioneiro desenvolvido pela Unicamp, em Campinas, trouxe novas perspectivas sobre a relação entre exercício físico e saúde cerebral. Pesquisadores acompanharam dois grupos de indivíduos durante seis meses, um dos quais se engajou em sessões regulares de musculação. Os resultados foram surpreendentes, indicando que o trabalho muscular ajudou a melhorar funções cognitivas e a prevenir doenças degenerativas como o Alzheimer. A pesquisa revelou ainda que cerca de 20% dos participantes com comprometimento cognitivo leve apresentaram melhoras significativas após o período de estudo.

Poderia um hormônio ser a chave para o futuro do tratamento do Alzheimer?

Nesse mesmo estudo, após análises do plasma sanguíneo dos participantes, os cientistas identificaram a presença de irisina, um hormônio produzido durante a atividade física. Pesquisas subsequentes no Rio de Janeiro associaram niveis elevados de irisina a uma menor incidência de Alzheimer em idosos. Esse achado oferece esperanças não só para aqueles que já praticam exercícios, mas, potencialmente, para aqueles que, por limitações físicas, não podem se exercitar. Estratégias estão sendo estudadas para aumentar o nível de irisina por outras vias, que poderão ser importantes aliadas na proteção cerebral.

Impacto do sedentarismo no desempenho cognitivo de jovens

Além dos benefícios detectados em adultos e idosos, a influência do exercício físico se estende aos mais jovens. Um recente estudo da Universidade Federal do Pará (UFPA) demonstrou que o sedentarismo e o sobrepeso têm afetado diretamente o desempenho escolar de crianças e adolescentes. A pesquisa destacou que exercícios breves, porém intensos, como os de HIIT (High-Intensity Interval Training), melhoram a regulação cognitiva e emocional, promovendo um desempenho acadêmico superior.

As descobertas em torno dos exercícios e seus impactos na saúde mental e física são um forte lembrete de que a atividade física precisa ser uma prioridade em nossas vidas, não apenas por uma questão estética, mas como uma poderosa ferramenta de saúde e bem-estar.

Fonte: O Antagonista