Tragédia já deixou 107 mortos e mais de 1,4 milhão de pessoas afetadas; força-tarefa atua para regatar cavalo "Caramelo", ilhado em Canoas

Porto Velho, Rondônia - Praticamente metade da cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul, está debaixo d’água, como mostram imagens de satélite em alta resolução da empresa Planet Labs. Nas fotos, é possível ver os bairros Harmonia, Rio Branco, Fátima, Mathias Velho, Mato Grande e São Luiz completamente tomados pela água. Já a região leste do município — de onde partem os voos emergenciais da base aérea da Aeronáutica — está quase toda seca.

Canoas, Rio Grande do Sul, antes das enchentes — Foto: HANDOUT/Planet Labs PBC/AFP

Canoas, Rio Grande do Sul, após as enchentes — Foto: HANDOUT/Planet Labs PBC/AFP

Foi em Canoas onde imagens impressionantes de um cavalo ilhado viralizaram na manhã desta quarta-feira. O cavalo aparece desolado, sem ter para onde ir e poucos metros para manobrar em cima das telhas. Com duas patas em cada lado do telhado, o cavalo acompanha a linha da água subir.

O volume de águas no Guaíba voltou a aumentar depois da ocorrência de chuvas na região. A Prefeitura de Porto Alegre chegou a pedir na tarde desta quarta-feira a suspensão de operações de resgate por meio de barcos na zona metropolitana. A solicitação foi motivada pelas chuvas na região, com possíveis descargas elétricas e ventos acima de 80 km/h nas próximas horas. A capital gaúcha enfrenta enchentes desde a última semana. Ao todo, o Rio Grande do Sul contabiliza 100 mortes decorrentes dos temporais.

"Atenção! Pedimos que os barcos em operações de resgate suspendam temporariamente suas atividades, devido à previsão de chuva de até 15mm, possíveis descargas elétricas e ventos acima de 80 km/h nas próximas horas na Região Metropolitana", publicou o Centro Integrado de Coordenação de Serviços (Ceic Porto Alegre), na rede social X (ex-Twitter).
Tragédia ambiental registra 100 mortes

O número de mortes em decorrência das chuvas que atingem o Rio Grande do Sul subiu para 100, de acordo com o último boletim da Defesa Civil do estado, divulgado no começo da tarde desta quarta-feira. Há ainda o registro de 128 desaparecidos e estima-se que o temporal tenha atingido pelo menos 1,4 milhão de pessoas até agora.

As autoridades locais ainda investigam se outras quatro mortes estão relacionadas com eventos meteorológicos. Ao todo, há 66.761 pessoas em abrigos, 163.720 desalojados, e 372 pessoas feridas socorridas.


Fonte: O GLOBO