Na cidade de Chamborêt, pesquisadores descobriram os restos de um antigo assentamento que teve início no Neolítico e que mais tarde foi anexado pelo Império Romano; sob a terra, foram encontrados diferentes elementos que foram utilizados em rituais de adoração
Porto Velho, Rondônia - La semana passada, a cidade de Chamborêt, na França, esteve em destaque nos meios de comunicação locais após ser o epicentro de uma importante descoberta arqueológica em uma área adjacente, onde o Institut national de recherches archéologiques préventives (INRAP) desenterrou ruínas que pertenceram ao Império Romano sobre o que foi um assentamento muito mais antigo. Segundo as descrições, encontraram uma nascente sagrada onde, há 6.000 anos, eram realizados rituais em seu entorno.
Assim como outros países europeus, a França faz um esforço contínuo para investigar seu passado e os vestígios arqueológicos que se encontram sob seu solo. Desde castelos até ruínas milenares foram desenterradas neste ano; no entanto, o recente assentamento romano surpreendeu os especialistas, especialmente porque se trata de uma piscina ajardinada com um muro, ao lado de uma nascente de água doce, conforme publicado na revista Live Science.
Poço romano — Foto: INRAP
Após um processo de confirmação, foi indicado que este local foi habitado no Neolítico, entre 4.500 e 6.000 anos atrás. Por sua vez, os vestígios romanos seriam do século III d.C., então se especulou que muito antes da chegada dos invasores, esta região utilizava a nascente para realizar possíveis rituais.
Inicialmente, foi construído um edifício de pedra e madeira, de formato retangular, com poços para postes e caixas de areia. Embora não se tenha determinado a finalidade, poderia ter sido uma casa e uma fazenda que foram abandonadas posteriormente. Sobre este local foram encontrados pedaços de sílex e o fragmento de uma adaga que leva o nome de Grand Pressigny, um sítio arqueológico no centro da França onde também foram encontradas várias adagas semelhantes. Além disso, há um poço a metros da nascente que teria sido usado no Neolítico.
Arqueólogos franceses — Foto: INRAP
Já no século III d.C., os romanos deram valor a esse lugar, deixando indícios de sua passagem. Os arqueólogos desenterraram telhas queimadas, tijolos, moedas do Império Tardio e fragmentos de cerâmica, alguns com o rosto de uma divindade ou de Medusa. Além disso, a fonte da nascente - que ainda está ativa - foi coberta com uma caixa de madeira e pedras planas.
"Esta, por sua vez, alimentava uma piscina ajardinada que estava cercada por um arco ou muro de blocos de granito, que continha fragmentos cerâmicos dos séculos III e IV", indicou o INRAP. Os especialistas também enfatizaram: "A água claramente desempenhou um papel importante na ocupação desde os tempos antigos".
Rosto de cerâmica — Foto: INRAP
Sobre os elementos encontrados nas proximidades, destacaram a figura da divindade ou possivelmente Medusa, pois seu rosto não aparece com uma certa definição. No entanto, no Império Tardio, o uso de certos objetos com esse tipo de imagens era comum porque se acreditava que protegiam do mal. Sobre o rosto, este foi encontrado em uma bacia ajardinada, a qual era alimentada pela nascente. Portanto, presume-se que seja um personagem ligado à água.
Esta pesquisa, assim como muitas outras, é de grande relevância para o país gaulês e aumenta sua riqueza cultural e patrimônio histórico. Os arqueólogos deixaram claro no comunicado oficial: "Estas instalações lançam luz de forma incomum sobre a ocupação no Antigo Tardio. Este tipo de sítio rural ilustra, sem dúvida, uma etapa na transição gradual para a Alta Idade Média".
Fonte: O GLOBO
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