![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhc8uxP8cZMWXl1SOplMI6AtjkUI0Sa4Stm5ilA5XwfnLy7MYNIGcUygDujtjS2R3TdMK3Zp6aa6327zLs0_hYM0UXRYEujJZvLFDiDKluaJWqgl91Y1ProceS-ynQ1SF2hhKayLmqqXd3vAXlVG-WCB7fuqX3bhTNFY-zwWeWyJ27YS9cP8LApuD5sgdaP/s16000/fufuca.jpg)
Porto Velho, Rondônia - O ano de 1996 foi de glória para o Correão, estádio para 13 mil pessoas no município de Bacabal, no Maranhão. Tendo o campo como casa, o discreto Bacabal Esporte Clube virou o primeiro time do interior a sagrar-se campeão maranhense. Desde então, com a crise do clube local, o estádio padece de más condições, mas agora terá uma superlativa ajuda do ministro dos Esportes, André Fufuca (PP), cujo reduto político é o Maranhão: R$ 3,8 milhões vão ser investidos na reforma do Correão por meio de convênio entre o ministério e o governo do estado.
Bacabal é a cidade onde nasceu e cresceu o pai do ministro, o também político Fufuca Dantas, hoje prefeito de Alto Alegre do Pindaré. E não é a única a receber aportes consideráveis da pasta esportiva do governo Lula para reformas. Valor idêntico ao investido no Correão está previsto para outro pequeno estádio do interior do estado dos Fufuca: o Frei Epifânio, em Imperatriz, cidade na fronteira com o Tocantins. O campo está em funcionamento no atual Campeonato Maranhense e sediou ontem uma das semifinais do torneio, entre o time que leva o nome do município e o Sampaio Corrêa.
Somados, os dois convênios representam R$ 7,6 milhões em reformas. As obras começam no segundo semestre deste ano eleitoral, após o processo de licitação, segundo a própria Secretaria de Estado de Esporte.
![](https://s2-oglobo.glbimg.com/FGlT_EJV3Ge5hPWvh01CUkBCLEE=/0x0:649x902/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/O/l/DGzoF1Rb6scuhuHBBfYg/arena-fufuca-maranhao.jpg)
Os times das cidades beneficiadas não jogam sequer a Série D do Campeonato Brasileiro — o Bacabal não está nem na primeira divisão do torneio estadual —, e os recursos aplicados nas reformas são significativos para os padrões locais.
— Confesso à cidade de Bacabal que já tive muita vontade de fazer (a reforma), mas o poder público (municipal) não tem como fazer sozinho uma obra desse porte. Mas estamos aqui hoje, graças a Deus, a nosso ministro e a nosso governador (Carlos Brandão), e tenho certeza que vamos realizar esse sonho — celebrou em fevereiro, durante visita de Fufuca ao Correão, o prefeito Edvan Brandão (PDT).
Como o GLOBO mostrou no ano passado, Fufuca já havia dedicado R$ 10 milhões para erguer dois novos estádios em municípios do Maranhão nos quais teve votações expressivas para deputado federal: Dom Pedro e Peritoró. As duas cidades têm apenas cerca de 20 mil pessoas cada.
Além de ministro e deputado federal licenciado, Fufuca é presidente do PP no estado. Nestes primeiros meses de ano eleitoral, ele tem cumprido diversas agendas — compartilhadas com frequências nas redes sociais — em viagens por cidades maranhenses, como noticiou ontem o GLOBO. Em várias delas, filia prefeitos ao partido.
Chama atenção que a reforma de estádios em outras unidades da federação não encabeça a lista de convênios do ministério — o mais caro depois dos dois maranhenses, em Pernambuco, vai custar menos da metade do preço. Na prática, Fufuca tem dedicado especial apreço por equipar seu reduto político, algo que o ministério nega.
“Os estádios citados são espaços esportivos tradicionais das cidades do interior do Maranhão e cumprem função essencial para a prática esportiva e para o lazer da população”, diz, em nota, a pasta. “As justificativas para tais investimentos são embasadas em critérios técnicos que identificam a necessidade de reformas ou construções que garantam a segurança dos atletas e torcedores. E estas ações respeitam as exigências legais previstas para esse tipo de investimento.”
Fufuca afirma ainda que atua sem distinção entre regiões e que “a lista de municípios beneficiados com investimentos para projetos e programas desenvolvidos pelo Ministério do Esporte mostra que todas as regiões do país já foram beneficiados.”
Segundo o governo do Maranhão, a reforma do Correão “se faz necessária devido a problemas estruturais, ocasionados pela falta de manutenção do espaço esportivo. A última reforma ocorreu há quatorze anos.” O Frei Epifânio, por sua vez, tem registrado “infiltração na arquibancada, banheiros e vestiários deteriorados, falta de drenagem e precariedade nas instalações elétrica e hidráulica, o que impacta na segurança dos usuários e, portanto, exige a efetuação da reforma.”
Outros convênios
No total, desde que Fufuca assumiu os Esportes, o Maranhão foi o terceiro estado mais beneficiado pela pasta, com mais de R$ 46 milhões em convênios, a despeito de ser apenas o 12º mais populoso do país. Foi com o estado, inclusive, que o ministério firmou o convênio mais robusto dos últimos meses, empatado com um do Rio. Em projeto pouco detalhado, Fufuca empenhou R$ 10 milhões para um plano da Secretaria Estadual de Esportes que será tocado em quatro municípios (São Luís, São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar).
O cronograma de desembolso do projeto prevê o pagamento do montante agora em abril, a seis meses das eleições municipais.
Segundo a secretaria, o programa busca “contribuir com as políticas públicas e oportunizar, à sociedade maranhense, atividades de esporte e lazer”. A estimativa, segundo a pasta, é de que 10 mil crianças e adolescentes de baixa renda sejam beneficiadas.
Fonte: O GLOBO
0 Comentários