Quatro mandados de prisão foram expedidos, e SPTrans assumirá linhas responsáveis pelo transporte de 700 mil passageiros diariamente na capital paulista

Porto Velho, Rondônia - Uma operação deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) nesta terça-feira mira duas organizações criminosas suspeitas de lavar dinheiro para o PCC por meio do transporte público na capital paulista.

O esquema envolve duas empresas de ônibus, a Upbus e a TW, que transportam quase 700 mil pessoas por dia e que receberam mais de R$ 800 milhões da Prefeitura de São Paulo.

A investigação, batizada de Operação Fim da Linha, é uma força-tarefa entre o MP-SP, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a Polícia Militar, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Receita Federal.

Os agentes tentam cumprir quatro mandados de prisão e 53 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª e pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital.

Foram presos Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como "Pandora", dono da Transwolff, Robson Flares Lopes Pontes, dirigente da Transwolff, Joelson Santos da Silva e Elio Rodrigues dos Santos (em flagrante por porte de arma).

São, segundo o MP-SP, 29 pessoas envolvidas, das quais a Justiça determinou o bloqueio de mais de R$ 600 milhões em patrimônio para garantir o pagamento por dano moral coletivo. Também ordenou que a SPTrans, estatal de transporte coletivo da cidade, assuma as linhas administradas pelas empresas investigadas.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) desmarcou um compromisso que tinha nesta manhã, na Zona Leste, para tratar da Operação Fim da Linha. A Prefeitura diz que "está atuando para que não haja prejuízo no transporte aos passageiros" e que "já havia pedido para que a Controladoria Geral do Município (CGM) apurasse o envolvimento dessas empresas com o crime organizado".


Fonte: O GLOBO