Os pratos que participam do concurso são vendidos a um preço único de R$ 35 reais, mesmo valor para qualquer uma das mais de 40 cidades participantes de todas as regiões do Brasil

Porto Velho, Rondônia - Belo Horizonte é conhecida como a capital dos bares. O título não vem à toa. O número de estabelecimentos ativos na base da Receita Federal comparado com os dados da população do Censo 2022 mostra que são 178 bares para cada 100 mil habitantes, o maior índice do país. 

Em segundo lugar vem Florianópolis, com 150 bares por 100 mil moradores. O Rio de Janeiro, por exemplo, está em 8º, com 99 bares por 100 mil habitantes, enquanto São Paulo aparece apenas na 14ª colocação (78 bares a cada 100 mil).

Se o critério for território, na capital mineira é possível encontrar 12,5 bares por km². Número que também supera outras capitais: São Paulo, com 5,9 bares a cada km², e o Rio, que tem 5,1 estabelecimentos do gênero por km².

Prato Lombinho com cachaça, um dos concorrentes deste ano — Foto: Cacau - UNI BH/Rodney Costa

Tudo isso para dizer que, sim, esse é um dos principais pontos de encontro em Belo Horizonte, local certo para aquele tira-gosto, uma bebida gelada e uma boa conversa. O lema em Minas é: "Se não tem mar, vamos pro bar". E, a partir desta sexta-feira, esses endereços ficam ainda mais movimentados. Começa hoje o “Comida di Buteco”, concurso que nasceu na capital mineira e virou parte do calendário de BH e de muitas outras cidades do país.

Durante um mês, os estabelecimentos recebem voto popular e de jurados e é eleito o melhor boteco do município e do país. São avaliados os petiscos, higiene, atendimento e temperatura da bebida. No Brasil, são mais de 1.100 botequins que participam desta 24ª edição. Eles não podem ser rede, nem franquia, e o dono precisa estar à frente do estabelecimento.

Prato Coração de Minas — Foto: Cacau - UNI BH/Rodney Costa

A coordenadora do “Comida di Buteco”, Isadora Salazar, diz que desde a primeira edição a ideia foi o resgate de receitas caseiras repletas de valor afetivo. “A gente acredita que a comida de raiz vem encarregada de muitos sabores, histórias, de muita enredo, e é isso que a gente quer passar para o nosso público”, diz.

Isadora conta que, apesar da existência de bares por todo o país, algumas cidades não estavam tão familiarizadas com o termo “boteco”, estabelecimento que serve bebida e refeições rápidas, que pode ser sinônimo de um bar mais simples. 

“No Sul do país foi muito desafiador. Comida de boteco, essa palavra, ‘boteco’, não era tão conhecida lá, pra gente soa muito natural. Mas todo mundo tem uma história, um petisco tradicional, e cada cidade mantém o seu perfil gastronômico. No litoral temos muito peixe, camarões e frutos do mar. Minas Gerais é muito caracterizado por essas comidas bem molhadas, mais suculentas”, explica a coordenadora.

Os pratos que participam do concurso são vendidos a um preço único de R$ 35 reais. O valor é o mesmo para qualquer uma das mais de 40 cidades participantes de todas as regiões do Brasil.


Fonte: O GLOBO