Paciente permaneceu em um leito no Hospital da Polícia Militar, em Vitória (ES), desde que sofreu atropelamento por um ônibus, em 2000; seu nome verdadeiro jamais foi descoberto

Porto Velho, RO - Após passar 24 anos em coma no Hospital da Polícia Militar, em Vitória (ES), uma paciente não oficialmente identificada morreu na noite desta quinta-feira. Apelidada de Clarinha na unidade de saúde, seu nome verdadeiro jamais foi conhecido. A mulher permaneceu em um leito desde que foi atropelada por um ônibus, em 2000. Ela teve uma uma broncoaspiração e não resistiu.

Neste período, várias tentativas de identificação de Clarinha foram feitas. Em 2020, novos exames fizeram aumentar a expectativa pela descoberta da verdadeira identidade da mulher.

Um grupo de papiloscopistas da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) em atuação no Espírito Santo tomou conhecimento do caso e entrou em contato com o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que vinha atuando na tentativa de descobrir quem é Clarinha.

A equipe utilizou uma técnica de comparação facial, com buscas em bancos de dados de pessoas desaparecidas com características físicas semelhantes às de Clarinha, explicou o MPES, por meio de nota divulgada na época.

A partir desse trabalho, os papiloscopistas chegaram a uma criança de 1 ano e 9 meses de idade desaparecida em Guarapari, em 1976. Na época do desaparecimento, a família da menina, que é de Minas Gerais, passava férias no Espírito Santo.

Clarinha aparentava ter cerca de 40 anos, naquela altura, de acordo com o MPES. Essa idade era considerada compatível com a da criança sequestrada quando passeava em família pelas praias de Guarapari.

Novos procedimentos foram realizados para comparar as semelhanças físicas entre a menina desaparecida e Clarinha. Um exame de reconhecimento facial foi feito por uma empresa paranaense especializada neste tipo de trabalho, a pedido do MPES. O resultado confirmou que as imagens de Clarinha e a da criança desaparecida em 1976 são compatíveis.

Teste de DNA dá negativo

O resultado do exame genético, no entanto, foi negativo. "Na data de hoje (05/08/2021), os perfis do casal de Minas Gerais e da paciente foram novamente comparados e o resultado previamente apresentado pela Rede Integrada de Perfis Genéticos foi confirmado (exclusão de maternidade e paternidade)", informou a corporação, por meio de nota.

"A amostra biológica da paciente internada no Estado do Espírito Santo foi processada pelo Laboratório de DNA Criminal/ES e inserida no Banco de Dados de Perfis Genéticos em novembro/2015", afirmou a Polícia Civil de Minas Gerais. "Caso a paciente fosse filha do casal mineiro, a maternidade/paternidade dessa teria sido confirmada em novembro/2015", acrescentou.

Um outro exame já havia sido feito em 2015 e também deu negativo.


Fonte: O GLOBO