Explorando o impacto devastador da poluição atmosférica na Ásia, destacando a urgência de ações para a saúde global. Fonte: REUTERS/Mohammad Ponir Hossain
Porto Velho, Rondônia - Recentes dados revelaram uma realidade alarmante sobre a qualidade do ar em países do sul asiático, com Bangladesh, Índia e Paquistão no topo da lista dos países mais afetados pela poluição atmosférica. Uma análise divulgada em março de 2024 demonstrou que estas nações enfrentam níveis de partículas PM2.5 significativamente acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), evidenciando não apenas uma crise ambiental, mas também um grave risco à saúde pública.
Em Bangladesh, a situação é particularmente preocupante. O país, que já havia sido classificado como o quinto com pior qualidade de ar em 2022, viu seus níveis de PM2.5 atingir uma média de 79,9 microgramas por metro cúbico em 2023, uma quantidade cerca de 15 vezes maior do que o limite recomendado pela OMS. O cenário no Paquistão é similar, com médias alcançando 73,7 microgramas. Essas partículas finas, capazes de penetrar profundamente nos pulmões e até mesmo entrar na corrente sanguínea, representam um perigo iminente para a saúde da população.
O Impacto da Geografia e do Clima na Poluição Atmosférica
De acordo com especialistas, a geografia e as condições climáticas do sul da Ásia contribuem significativamente para o agravamento do problema. A região é caracterizada por uma estagnação das concentrações de PM2.5, exacerbada por fatores como práticas agrícolas, a densidade populacional e a atividade industrial intensa. Christi Chester Schroeder, gerente de ciência da qualidade do ar na organização suíça IQAir, alerta que, infelizmente, a situação tende a piorar antes de melhorar, colocando em risco a vida e a saúde de milhões de pessoas.
As Graves Consequências da Poluição para a Saúde Pública
No Bangladesh, cerca de 20% das mortes prematuras são atribuídas à poluição do ar, com os custos relacionados à saúde absorvendo de 4 a 5% do PIB do país, conforme observado por Md Firoz Khan, especialista em poluição do ar da Universidade North South de Dhaka. A situação na Índia também desperta grande preocupação, com a capital Nova Delhi registrando os piores índices do país, alcançando níveis de PM2.5 cerca de 11 vezes superiores ao padrão da OMS. Estes dados destacam a necessidade urgente de ações efetivas para mitigar a poluição do ar e proteger a saúde da população.
Um Chamado para Ação Global
Apesar dos desafios apresentados, menos da metade dos países possui sistemas públicos de monitoramento da qualidade do ar. Christa Hasenkopf, diretora do Air Quality Life Index no Instituto de Política Energética da Universidade de Chicago, ressalta a importância de um esforço global organizado para fechar essas lacunas de dados, especialmente em regiões onde a poluição do ar impõe os maiores ônus à saúde. Esta é uma questão que demanda a atenção e a ação imediata das autoridades e organizações internacionais.
As conclusões e análises de organizações como a IQAir e o Instituto de Política Energética da Universidade de Chicago são um lembrete crucial da interconexão entre meio ambiente, saúde pública e desenvolvimento socioeconômico. À medida que enfrentamos essa crise crescente, a colaboração internacional e a implementação de políticas eficazes são fundamentais para garantir um futuro mais saudável e sustentável para as próximas gerações.
Fonte: O Antagonista
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