Ata do Copom, Boletim Focus e IPCA-15 devem reacender polêmica sobre ritmo de cortes para a taxa Selic em 2024. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Porto Velho, Rondônia - O dia de hoje promete alimentar as discussões sobre a política monetária brasileira. Nesta terça-feira, 26, o Banco Central divulga dois documentos importantes para entender o tema: a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) e o Boletim Focus.

O primeiro é o mais esperado por investidores, economista e agentes do mercado financeiro. Esse é o texto que deve esclarecer quais são as incertezas na conjuntura doméstica que fizeram o Copom decidir por sinalizar que pode reduzir o ritmo de queda de juros após seis cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual na Selic.

No mercado, a precificação dos juros futuros indica que a autoridade monetária deve promover mais três cortes na taxa básica de juros em 2024 e parar: o primeiro de 0,50 ponto percentual, em maio; e os outros dois de 0,25 ponto percentual nas reuniões do Copom de junho e agosto. Assim a Selic, terminaria o ano em 9,75% ao ano.

Esse é um cenário bem diferente do esperado no início de 2024, quando as apostas indicavam para essa época do ano dois cortes de 0,50 ponto percentual (maio e junho) e outras duas reduções de 0,25 ponto percentual (agosto e setembro), para uma Selic terminal em 9% ao ano.

De lá pra cá, o que mudou? 

É essa resposta que os agentes de mercado pretendem confirmar com a ata do Copom. A expectativa é que a deterioração das perspectivas ficais, com receitas aquém do esperado – em função da desidratação das propostas de aumentar a arrecadação de tributos – e despesas em alta, tenha levado os agentes econômicos a desenhar futuro com juros mais altos para conter a irresponsabilidade fiscal do governo.

Além disso, o Boletim Focus deve indicar as perspectivas de economistas consultados pelo Banco Central semanalmente. Nele, a Selic esperada para o fim do ano é de 9% ao ano há 12 semanas. A dúvida é se os respondentes do Boletim também reajustarão para cima as expectativa, após a autoridade monetária indicar condições mais difíceis para a queda dos juros.

Também nesta manhã de terça-feira, 26, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), também chamado de prévia da inflação oficial, deve indicar a situação da pressão sobre os preços. O consenso aponta para uma desaceleração do indicador para 0,30% em março, após alta de 0,78% em fevereiro. Na leitura anual, o número deve cair para 4,09% após 4,49% no acumulado de 12 meses até o mês anterior.

Fonte: O Antagonista