Após estabelecer a Selic em 10,75% a.a., autoridade monetária indicou que pode reduzir a velocidade dos cortes a partir de junho. Foto: Beto Nociti/Banco Central

Porto Velho, Rondônia - Os investidores digerem nesta quinta-feira, 21, a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), que retirou a previsão de dois cortes de 0,5 ponto percentual nas duas reuniões seguintes e optou pelo singular no trecho referente ao próximo passo da política monetária, ao definir a Selic em 10,75% ao ano no noite de quarta-feira, 20.

O comunicado do colegiado deixou pouco claro qual seria o motivo para a mudança na postura do Banco Central, após seis reduções consecutivas de mesma magnitude desde o início do ciclo de cortes. No texto, a autoridade monetária diz apenas que a decisão teria sido tomada em função “da elevação da incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária“.

Antes, porém, o documento pontuou que são as conjunturas “doméstica e internacional” que estão “mais incertas“, o que pode indicar uma preocupação com a situação fiscal no país. Com isso, a expectativa agora é pela divulgação da Ata do Comitê, na próxima terça-feira, 26, que deve trazer mais detalhes sobre a visão do colegiado.

Como a mudança na linguagem traz incerteza sobre a taxa terminal para a Selic e sobre qual será a amplitude dos cortes após a reunião de maio, é esperado aumento de volatilidade no mercado na sessão desta quinta-feira, principalmente, nas negociações com juros.

Na agenda econômica do dia ainda há dados da arrecadação federal de fevereiro, com expectativa de 184,365 bilhões reais no mês, contra 280,636 bilhões de reais registrados em janeiro. Além disso, também haverá divulgação da nova grade de parâmetros macroeconômicos e fiscais da SPE (Secretaria de Política Econômica) e dados semanais do fluxo cambial.

No cenário internacional, os investidores devem se atentar ao PMI (Índice de Gerentes de Compras) composto de março nos Estados Unidos, na Zona do Euro, na Alemanha e no Reino Unido. Nos Estados Unidos, também serão divulgados dados de auxílio-desemprego e vendas de casas usadas.

Fonte: O Antagonista