Decisão polêmica durante visita oficial de diplomatas americanos à Arábia Saudita. Autoridades sauditas pedem ao rabino americano para remover seu chapéu judaico. Fonte: FAYEZ NURELDINE/AFP via Getty Images

Porto Velho, Rondônia - A Embaixada da Arábia Saudita em Washington divulgou na terça-feira uma Nota Oficial em resposta ao anúncio do Comitê Americano para a Liberdade Religiosa Internacional. O Comitê cessou sua visita oficial à Arábia Saudita após a solicitação feita pelas autoridades locais de que o presidente da Comissão remove-se seu cobre-cabeça tradicional judeu, conhecido como Kipá.

De acordo com a Comissão Americana, seu delegado estava visitando a cidade histórica de Diriyah, local listado como patrimônio da humanidade pela UNESCO, quando os oficiais sauditas solicitaram que o rabino Abraham Cooper removesse sua Kipá. O comunicado acrescentou que o governo saudita convidou a delegação para a visita após a aprovação do Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita.

O que é o Comitê

O Comitê funciona como uma entidade consultiva e independente do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Na ocasião, os funcionários da embaixada americana que acompanhavam a delegação tentaram comunicar a “recusa cortês mas firme” de Cooper, contudo, os oficiais do local acompanharam a delegação para fora após Cooper indicar que “não busca nenhum confronto ou provocação, mas como judeu devoto, ele não poderia cumprir o pedido”.

Cooper afirmou: “Ninguém deve ser privado de acesso a um patrimônio, especialmente um local que visa destacar a unidade e o progresso, simplesmente por ser judeu.”.

Resposta do vice-presidente

Na mesma nota, o vice-presidente do Comitê, Reverendo Frederick Davie, afirmou que a solicitação dos oficiais sauditas foi “surpreendente e dolorosa” e contradiz diretamente não apenas a narrativa oficial do governo sobre a mudança, mas também os sinais reais de maior liberdade religiosa no Reino, que eles observaram em primeira mão.

Em resposta, a Embaixada Saudita em Washington esclareceu em um comunicado que “esse infeliz incidente foi resultado de um mal-entendido dos protocolos internos, e a questão foi escalada para altos funcionários.” A notificação adicionou que a embaixadora (da Arábia Saudita nos Estados Unidos, a princesa Reema bint Bandar Al Saud) teve a oportunidade de falar com o rabino, e o assunto foi resolvido, mas respeita sua decisão de não continuar o tour, e espera recebê-lo novamente no Reino.

Fonte: O Antagonista