Paulo Santana, um dos assassinos do casal Villela, mudou o depoimento dado a polícia e assegurou a não participação de Francisco no caso (Foto reprodução) |
Porto Velho, RO - Paulo Santana, um dos assassinos do caso conhecido como o "Crime da 113 Sul", envolvendo o casal Villela, mudou seu depoimento prestado à polícia em 2010 e assegurou que Francisco Mairlon Barros, um dos condenados pelo homicídio, não participou dos crimes. Santana afirmou, em uma entrevista ao Innocence Project, uma iniciativa de revisão de casos de condenações injustas, que Francisco é inocente e está pagando por um crime que não cometeu.
O caso do "Crime da 113 Sul" ocorreu em agosto de 2009, vitimando o ministro aposentado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, sua esposa Maria Villela e a funcionária do casal, Francisca Nascimento Silva. O crime chocou a população brasiliense e expôs falhas nas investigações conduzidas pela Polícia Civil do DF.
Francisco Mairlon Barros foi condenado como o autor de um dos crimes mais chocantes da história do Distrito Federal Daniel Ferreira/Metrópoles (Foto reprodução) |
Na entrevista, Paulo Santana destacou que Francisco Mairlon Barros não teve qualquer envolvimento nos homicídios e que está há 14 anos sendo injustamente acusado. O Innocence Project, que tem estudado o caso por mais de um ano, solicitou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a liberdade de Mairlon.
Os advogados do projeto afirmam que não há evidências materiais que liguem Francisco aos crimes, enquanto outros acusados foram vinculados a objetos e valores retirados do apartamento do casal Villela. O Innocence Project pede permissão à Justiça brasileira para realizar novos confrontos de evidências colhidas durante as investigações.
Francisco Mairlon Barros foi condenado como autor dos assassinatos com base em depoimentos de outros acusados, sendo inserido no crime sem evidências concretas. O projeto internacional destaca a falta de comparação do DNA de Francisco com as evidências colhidas na cena do crime à época, ressaltando que esse material genético poderia indicar sua inocência.
O Innocence Project também solicita a quebra de sigilo telefônico e a localização via Estação Rádio Base (ERB) do celular que Francisco utilizava em 2009. A organização aponta que o número de telefone apresentado como sendo de Francisco teve o sigilo quebrado sem comprovação de que era o mesmo utilizado por ele no período do crime.
O crime da 113 Sul, ocorrido em agosto de 2009, vitimou o ministro aposentado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, a mulher dele, a advogada Maria Villela, e a funcionária do casal, Francisca Nascimento Silva. (Foto reprodução) |
O Ministério Público, por meio do promotor Marcelo Leite Borges, declarou que a declaração de Paulo Santana não é novidade e que não se trata de uma nova evidência. O promotor argumenta que a retratação já foi analisada pelas instâncias judiciais, e busca reabrir o caso para reexame da mesma prova sob o mesmo argumento não é justificativa para uma revisão criminal.
O caso continua a suscitar questionamentos sobre a justiça do processo, com o Innocence Project Brasil empenhado em trazer à luz a possível inocência de Francisco Mairlon Barros após mais de uma década de condenação. |
0 Comentários