Número dois na organização, Carambola está detido na Penitenciária Federal de Porto Velho; Pedido de prorrogação da permanência é baseado em alegações de relacionamento amoroso e ordens à advogada. (Foto reprodução)

Porto Velho, RO - Júlio César Guedes de Moraes, conhecido como Julinho Carambola, figura como o braço direito de Marcola e ocupa a segunda posição na hierarquia do Primeiro Comando da Capital (PCC). Com uma sentença que ultrapassa 168 anos de prisão, Carambola, de 53 anos, encontra-se detido na Penitenciária Federal de Porto Velho desde março de 2023.

Nascido em São Paulo, Carambola teve sua vida marcada por uma trajetória delitiva iniciada na adolescência. Seu extenso prontuário criminal inclui crimes como homicídio qualificado, associação criminosa, roubo, ameaça, lesão corporal e porte ilegal de arma de fogo. Mesmo preso desde os anos 1990, o condenado enfrenta uma pena que ultrapassa os 130 anos.

Importância na Hierarquia Criminosa

Carambola é apontado como membro da "Sintonia Final Geral", o primeiro escalão do PCC, há mais de duas décadas. Segundo investigações do Ministério Público de São Paulo (MPSP), ele seria o provável substituto de Marcola na liderança da facção em sua ausência.

Em um áudio revelado pelo Metrópoles, o criminoso é vinculado aos ataques de maio de 2006 em São Paulo, quando a facção promoveu atos violentos, assassinatos de policiais, incêndios de ônibus e paralisação da maior cidade sul-americana. A defesa de Carambola tentou anular sua sentença pelos chamados "Crimes de Maio".

Transferência para Penitenciária Federal

A descoberta de um plano de resgate liderado pelo narcotraficante Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, levou o MPSP a pedir a transferência de Carambola para o sistema penitenciário federal. Em fevereiro de 2019, o número dois do PCC foi levado para a Penitenciária Federal de Mossoró (RN).

Durante sua permanência, Carambola não cometeu faltas disciplinares, concluiu o ensino médio, participou de concursos de redação e realizou cursos de "Formação para Vendedor" e "Matemática Financeira".

Pedido de Prorrogação da Permanência

Na segunda-feira (11/12), a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo solicitou a prorrogação da permanência de Carambola no sistema penitenciário federal por mais um ano. A alegação baseia-se em informações do setor de inteligência da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), que indicam um suposto relacionamento amoroso entre o condenado e sua advogada, que também teria recebido ordens da facção.

O prazo atual expira em 25 de janeiro de 2024, e a renovação deve ser decidida pela Justiça. O Metrópoles tentou contato com a advogada de Carambola no processo, mas até o momento, não houve manifestação. O caso permanece sob análise judicial.