
O risco iminente de colapso de pelo menos uma das 35 minas de extração de sal-gema da Braskem, em Maceió (AL), provocou a evacuação emergencial dos bairros Bebedouro, Bom Parto, Pinheiro, Mutange e Farol. Comércios, casas, prédios, condomínios inteiros ficaram vazios com a saída dos habitantes.
Esses locais também foram completamente descaracterizados — janelas, portas, portões, o que a população não levou, os abalos sísmicos colocaram abaixo. Alguns imóveis tiveram ainda as entradas concretadas pelos moradores, na esperança de um dia retornarem. A vegetação também engoliu várias construções, contribuindo para o cenário "pós-apocalíptico".
De acordo com a Braskem, até agora, a desocupação da área em risco já chegou a 99,3%, totalizando 14.446 imóveis em quatro anos, ou cerca de 40 mil pessoas que precisaram sair. Com mais áreas isoladas nos últimos dias, o número de afetados já chega a 55 mil. O rompimento iminente do solo deve causar o surgimento de uma cratera gigante, que pode engolir parte dessas casas.
Veja abaixo imagens do antes e depois, que transformou o Mutange e proximidades:
Um prédio inteiro foi esvaziado e teve janelas e portões levados. Chama atenção o avanço da vegetação, ao fundo, por cima do poste. As imagens são do Google Maps.
Uma casa de dois andares, onde viviam famílias, passou a integrar um cenário digno de pós-guerra. Paredes e estruturas destruídas, portas concretadas, janelas levadas. Até a varanda, onde roupas eram colocadas para secar, desapareceram. Uma pichação emblemática no muro de frente das ruínas diz: "Vidas destruídas pela Braskem".
Um salão de beleza e imóveis adjacentes foram interditados. As autoridades colocaram até uma cerca para evitar o acesso às construções.
Entre 2019 e 2022, com a desocupação, uma padaria do bairro foi completamente engolida pela vegetação. O cenário se torna irreconhecível.
Condomínios inteiros foram esvaziados e as entradas concretadas.
Bar sumiu do mapa após desocupação e incidência de abalos sísmicos. Bairro está condenado.
A estrutura de uma igreja também desapareceu por completo.
Na fachada de uma casa com muros altos, que também virou um esqueleto, chama atenção o desenho de um coração partido, provavelmente feito pela família que vivia ali, e a mensagem pichada: "A dor é imensa, mas ninguém nos tirará nossas lembranças".
De acordo com a Braskem, até agora, a desocupação da área em risco já chegou a 99,3%, totalizando 14.446 imóveis em quatro anos, ou cerca de 40 mil pessoas que precisaram sair. Com mais áreas isoladas nos últimos dias, o número de afetados já chega a 55 mil. O rompimento iminente do solo deve causar o surgimento de uma cratera gigante, que pode engolir parte dessas casas.
Veja abaixo imagens do antes e depois, que transformou o Mutange e proximidades:
Um prédio inteiro foi esvaziado e teve janelas e portões levados. Chama atenção o avanço da vegetação, ao fundo, por cima do poste. As imagens são do Google Maps.
Uma casa de dois andares, onde viviam famílias, passou a integrar um cenário digno de pós-guerra. Paredes e estruturas destruídas, portas concretadas, janelas levadas. Até a varanda, onde roupas eram colocadas para secar, desapareceram. Uma pichação emblemática no muro de frente das ruínas diz: "Vidas destruídas pela Braskem".
Um salão de beleza e imóveis adjacentes foram interditados. As autoridades colocaram até uma cerca para evitar o acesso às construções.
Entre 2019 e 2022, com a desocupação, uma padaria do bairro foi completamente engolida pela vegetação. O cenário se torna irreconhecível.
Condomínios inteiros foram esvaziados e as entradas concretadas.
Bar sumiu do mapa após desocupação e incidência de abalos sísmicos. Bairro está condenado.
A estrutura de uma igreja também desapareceu por completo.
Na fachada de uma casa com muros altos, que também virou um esqueleto, chama atenção o desenho de um coração partido, provavelmente feito pela família que vivia ali, e a mensagem pichada: "A dor é imensa, mas ninguém nos tirará nossas lembranças".
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Em nota, a Defesa Civil de Maceió afirma que o deslocamento vertical acumulado da mina 18 — que está sob risco de colapsar — é de 1,42m e a velocidade vertical é de 2,6cm por hora, e acrescenta que permanece em alerta máximo.
A recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo. "A equipe de análise da Defesa Civil ressalta que essas informações são baseadas em dados contínuos, incluindo análises sísmicas. O órgão reitera a recomendação de evitar a área desocupada do antigo campo do CSA (clube de futebol) por questões de segurança".
Veja o posicionamento da Braskem na íntegra:
"A Braskem continua mobilizada e monitorando a situação da mina 18, localizada no bairro do Mutange, tomando todas as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências. Referido monitoramento, com equipamentos de última geração, foi implementado para garantir a detecção de qualquer movimentação no solo da região e viabilizar o acompanhamento pelas autoridades e a adoção de medidas preventivas, como as que estão sendo adotadas no presente momento.
Os dados atuais de monitoramento demonstram que a acomodação do solo segue concentrada na área dessa mina e que essa acomodação poderá se desenvolver de duas maneiras: um cenário é o de acomodação gradual até a estabilização; o segundo é o de uma possível acomodação abrupta.
Todos os dados colhidos estão sendo compartilhados em tempo real com as autoridades, com quem a Braskem vem trabalhando em estreita colaboração.
A área de serviço da Braskem nas proximidades da mina 18 está isolada desde a tarde de terça-feira. Ademais, a região onde está localizada referida mina (área de resguardo) já está totalmente desocupada desde 2020.
Desde a noite da quarta-feira, a empresa também está apoiando a realocação emergencial dos moradores de 23 imóveis que ainda resistiam em permanecer na área de desocupação determinada pela Defesa Civil em 2020. Essa realocação emergencial foi determinada judicialmente na tarde da quarta-feira e está sendo coordenada pela Defesa Civil. Até o momento, 22 desses imóveis já foram desocupados e os trabalhos prosseguem.
A realocação preventiva de toda a área de risco foi iniciada em dezembro de 2019 e 99,3% dos imóveis já estão desocupados (dados de 31 de outubro de 2023)".
A extração de sal-gema em Maceió foi totalmente encerrada em maio de 2019, e a Braskem afirma que "vem adotando as medidas para o fechamento definitivo dos poços de sal, conforme plano apresentado às autoridades e aprovado pela Agência Nacional de Mineração (ANM)", e que "esse plano registra 70% de avanço nas ações, e a conclusão dos trabalhos está prevista para meados de 2025".
"Das 35 cavidades, 9 receberam a recomendação de preenchimento com areia. Destas, 5 tiveram o preenchimento concluído, em outras 3 os trabalhos estão em andamento e 1 já está pressurizada, indicando não ser mais necessário o preenchimento com areia. Além dessas, em outras 5 cavidades foi confirmado o status de autopreenchimento", acrescenta a Braskem. "As demais 21 cavidades estão sendo tamponadas e/ou monitoradas, sendo que em 7 delas o trabalho já foi concluído. As atividades para preenchimento da cavidade 18 estavam em andamento e foram suspensas preventivamente devido à movimentação atípica no solo. Todo o trabalho segue prazos pactuados no âmbito do plano de fechamento, que é regularmente reavaliado com a ANM".
Fonte: O GLOBO
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