Biles tem as melhores notas em todos os aparelhos nesta edição do torneio, na Bélgica, incluindo no salto, em que Rebeca teve melhor desempenho pessoal

A brasileira Rebeca Andrade, atual campeã mundial do individual geral, defende o título nesta sexta-feira no Mundial da Antuérpia, a partir das 14h30 (horário de Brasília). Chega empolgada com a medalha de prata inédita por equipes, conquistada na quarta-feira e embalada pela nova coreografia no solo, ao som de Beyoncé e Anitta. 

Mas não é favorita: a americana Simone Biles, que liderou sua equipe ao sétimo título consecutivo por equipes, tem melhores notas em todos os aparelhos se comparado à brasileira. De quebra, Biles homologou o quinto elemento com seu nome no Código de Pontuação da Federação internacional de Ginástica. O salto duplo de Yurchenko é o mais difícil do feminino.

Tanto Brasil quanto os Estados Unidos têm vaga assegurada nos Jogos de Paris. As americanas haviam carimbado o passaporte no Mundial do ano passado e o Brasil o fez agora, na Bélgica.

Brasil com a prata no pódio do Mundial de Ginástica Artística da Antuérpia — Foto: Ricardo Bufolin/Divulgação CBGin

Vídeo: Como Rebeca Andrade manteve em segredo nova coreografia, que terá Beyoncé e 'Movimento da Sanfoninha', de Anitta

Além de Biles, a melhor na classificação individual com 58.865 e Rebeca, a quarta com 56.599, outras 22 atletas disputarão o título de melhor ginasta de 2023.

Na rotação com Biles e Rebeca estarão: a americana Shilese Jones (segunda na classificação com 56.932), a britânica Jessica Gadirova (terceira, com 56.766), a canadense Elsabeth Black (quinta, com 55.065) e a brasileira Flávia Saraiva (sexto, com 54.699). A disputa começará pelo salto, depois seguirá para as barras, trave e solo.

Tira teima

Biles avançou para esta decisão em primeiro lugar. Nas classificatórias terminou em primeiro em todos as provas menos nas barras assimétricas (foi a quinta). Ela disputará ainda a final dos quatro aparelhos.

Veja os números de Simone Biles e Rebeca Andrade no Mundial de 2023 — Foto: Editoria de Arte

Entre a prova de classificação e a final por equipes, a americana obteve como melhores notas: salto (15.266), barras (14.466), trave (14.566) e solo (15.166). A soma das melhores notas apresentadas na Bélgica é de 59.464.

Simone Biles está absoluta neste Mundial — Foto: AFP

Em comparação com os melhores números de Rebeca deste Mundial (cujo total é 57.766), Biles tem 1.698 de vantagem. Considerando as melhores notas neste Mundial, Rebeca tem: salto (14.900), barras (14.400), trave (13.800) e solo (14.666).

Sua performance é superior ao que apresentou na final do individual geral em Liverpool, em 2022, quando foi ouro com somatório de 56.899 e com notas assim: salto (15.166), barras (13.800), trave (13.533) e solo (14.400). O salto é a único aparelho em que ela foi melhor em 2022 e pode melhorar sua nota agora.

Os Estados Unidos conquistaram o sétimo título consecutivo por equipes neste Mundial. Além de Biles, a seleção conta com Skye Blakely , Shilese Jones e Leanne Wong. O total de pontos dos EUA foi 167.729 pontos, 2.199 a mais que o Brasil (que marcou 165.530). Este ouro por equipes é o 20º título mundial e a 26ª medalha mundial de Biles e lhe dá um total de 33 medalhas mundiais e olímpicas, mais do que qualquer outra ginasta na história.

Rebeca voa: ginasta do Brasil obteve melhores notas que em Leverpool, menos no salto — Foto: AFP

A medalha e prata inédita do Brasil foi sacramentada apenas na rotação final. Rebeca, Jade Barbosa , Flavia Saraiva, Lorrane Oliviera e Julia Soares pareciam ter saído da disputa durante grande parte da competição, na noite desta quarta-feira. Até que no último aparelho, o Brasil obteve três saltos fenomenais. Em seu quarto Mundial, Jade Barbosa, de 32 anos, iniciou com salto valendo 13.933, um giro duplo Yurchenko. Flavinha seguiu com 13.833 e Rebeca, com um poderoso Cheng recebeu 14.900 e garantiu a prata.

Na classificação final, os EUA conseguiram a melhor nota entre todos os finalistas no salto (42.966) e nas barras (43.265) —foi sexto na trave (39.600) e segundo no solo (41.898) . O Brasil foi o melhor de todos no solo (42.166), segundo no salto (42.666), quinto nas barras (41.299) e oitavo na trave (39. 399).

Time americano recebe o ouro: sétimo título seguido — Foto: AFP

No solo, em que o Brasil se destacou na final por equipes, a apresentação de Rebeca é nova e seu grande trunfo. Mas quem obteve as melhores notas individuais durante toda a competição foi Biles. Nas classificatórias, a americana fez 14.633 e Rebeca, 14.033. E na final por equipes, Biles somou 15.166 e Rebeca, 14.666. A brasileira teve melhor desempenho individual no alto (com 14.900 nas duas oportunidades).

O Mundial se estende até domingo. No sábado acontecem as finais femininas por aparelhos e no domingo, a masculina. O Brasil terá Arthur Nory na final da barra fixa.


Fonte: O GLOBO