Parecer da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) será lido na sessão desta terça-feira e pode ser votado amanhã

O relatório final da CPMI do 8 de Janeiro, apresentado nesta terça-feira pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), inclui uma extensa lista de pedidos de indiciamento envolvendo integrantes e aliados do governo passado. 

Além do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, a lista inclui o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o ex-diretor da Polícia Federal Rodoviária (PRF) Silvinei Vasques, os ex-ministos Anderson Torres (Justiça), Walter Braga Netto (Defesa), Augusto Heleno (GSI), além da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

Outros nomes que chegaram a ser ouvidos pela CPMI, como o general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI, e o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, que era o chefe do Comando Militar do Planalto no dia 8 de janeiro, ficaram de fora do relatório final.

Bolsonaro

Segundo apurou O GLOBO, Eliziane deve apontar Bolsonaro como um dos principais autores intelectuais dos atos antidemocrático que tiveram início após o segundo turno das eleições de 2022 e resultaram no ataque aos prédios dos Três Poderes em Brasília no início do ano.

Augusto Heleno

Os demais ex-participantes do governo Bolsonaro também aparecem como autores intelectuais da tentativa de golpe. O general Heleno é um dos que fazia parte do grupo de militares próximos do ex-presidente.

Como O GLOBO mostrou, Bolsonaro se reuniu, no ano passado, com a cúpula das Forças Armadas e ministros da ala militar de seu governo para discutir detalhes de uma minuta que abriria possibilidade para uma intervenção militar. Se tivesse sido colocado em prática, o plano de golpe impediria a troca de governo no Brasil. A informação chegou à atual chefia das Forças Armadas, como um dos fatos narrados em delação premiada de Mauro Cid.

Silvinei Torres

Torres, preso desde agosto, é apontado como responsável por dificultar o trânsito de eleitores no dia do segundo turno usando recursos da PRF. O ex-chefe da corporação é investigado atualmente em inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por supostamente sabotar o esquema de proteção montado para evitar os ataques às sedes dos Três Poderes.

Durante a invasão e depredação nos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Federal e do STF, ele estava nos Estados Unidos, sendo preso ao desembarcar no Brasil.

Braga Netto

A Polícia Federal investiga se o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro no ano passado, atuou como elo entre o ex-presidente e integrantes dos acampamentos montados em frente aos quartéis do Exército que pediam intervenção militar após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele não chegou a ser ouvido pela CPI.

Carla Zambelli

Em depoimento à Polícia Federal, o hacker Walter Delgatti Neto afirmou ter recebido R$ 40 mil em pagamentos de Zambelli para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e expedir um mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

De acordo com o hacker, ele teria sido contratado para participar de uma trama golpista que colocaria em xeque o resultado das urnas eletrônicas.


Fonte: O GLOBO