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A chance do ressurgimento da alta de preços foram pontos citados em declarações recentes pela diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, e pelo diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Há pontos que contrabalanceiam esse cenário, como a forte queda na cotação do petróleo nos últimos dias. Mas há pouco a secretaria de estatísticas trabalhistas dos EUA (BLS) informou mais um dado que pode indicar uma inflação resistente: a maior economia do mundo teve abertura de 336 mil vagas, quase o dobro do que o mercado esperava.
Não foi só isso. A secretaria ainda revisou para cima os dados de empregos de meses anteriores: de julho para cá, foram criadas 119 mil vagas a mais do que havia sido informado, de acordo com a BLS.
É estranho pensar que uma alta no emprego seja considerada uma má notícia pelo mercado, mas isso acontece porque, se houver mais vagas, é mais provável que o Federal Reserve volte a subir os juros.
Por isso, as bolsas passaram a cair com força após o dado ter sido divulgado. O dólar, por volta das 10h30, era negociado em alta de 0,74% em relação ao real, a R$ 5,20.
Para entender isso, é importante saber que quando os juros americanos sobem, os títulos do Tesouro dos Estados Unidos, que são os mais seguros do mundo, pagam mais. São o porto seguro dos investimentos.
Quando pagam mais aos investidores, automaticamente tornam outras aplicações menos atrativas, e isso reduz o dinheiro ofertado para outros mercados. Isso faz outras moedas se desvalorizarem, e isso tem impacto na inflação.
No Brasil, a IPCA está desacelerando, mas como apontou Galípolo, isso acontece de uma forma mais lenta. Se o dólar continuar subindo muito, esse é um problema, porque coloca mais pressão de alta nos preços.
Ao mesmo tempo, há uma boa notícia do lado da cotação do petróleo, que chegou a atingir quase US$ 100 o barril. A commodity teve queda forte de 8% nos últimos dois dias.
Fonte: O GLOBO
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