Karla Stelzer foi vista pela última vez em uma rave perto da Faixa de Gaza, que foi invadida por terroristas do Hamas; corpo dela foi encontrado, confirma Itamaraty

A brasileira Karla Stelzer enviou uma mensagem de áudio e vídeos para amigos enquanto o ataque terrorista do Hamas acontecia. Nesta sexta-feira, o Itamaraty confirmou que o corpo dela foi encontrado. Nos arquivos, repassados ao GLOBO por amigos de Karla, é possível ouvir sons de tiros e uma descrição do ataque.

— Fomos para a mamada (um tipo de bunker comum em Israel), para se proteger (...) Aí vieram os terroristas e jogaram uma bomba dentro do mamada. A gente saiu correndo. Tem um amigo nosso que ficou lá — diz ela na mensagem de aúdio.

Nos vídeos, gravados por Karla, é possível ouvir sons de tiros, enquanto ela conversa com pessoas ao redor. Em dado momento, ela chama pelo nome "Gabriel", o mesmo do israelense Gabriel Azulay, seu namorado. Após dias desaparecido, o corpo de Azulay foi encontrado.

"Nosso Gabi se foi. O funeral será às 23h no cemitério em Kiryat Malachi", escreveu a ex-companheira de Azulay, mãe de seus dois filhos. Ronen Rasta, amigo de Azulay, fez um relato emocionado sobre a morte do israelense. "Gabi, meu querido irmão, ficou claro para mim que você não será escravo, será livre", escreveu.

Outros dois brasileiros, Ranani Glazer e Bruna Valeanu, também morreram durante o ataque. Todos os três estavam na rave que aconteceu nos arredores da Faixa de Gaza e foi atacada pelo Hamas.

O corpo do gaúcho Ranani Glazer foi encontrado na segunda-feira. Segundo amigos do jovem, ele tinha conseguido se abrigar em um bunker, mas o local acabou sendo atingido por uma bomba.

O funeral da carioca Bruna Valeanu aconteceu na noite desta terça-feira. Uma multidão compareceu ao velório, após um pedido dos familiares da jovem. Conforme a tradição judaica, os culto públicos tradicionais requerem a presença de um quórum mínimo de dez homens com mais de 13 anos, o chamado minyan. No entanto, a jovem assassinada tinha apenas a mãe e a irmã entre familiares vivendo no país do Oriente Médio.


Fonte: O GLOBO