Gérald Darmanin, aliado de primeira ordem do presidente Emmanuel Macron, deu declaração durante entrevista televisiva; atacante do Al-Ittihad negou qualquer ligação com a organização sunita
O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, acusou o ex-atacante da seleção francesa de ter relação com a organização islâmica durante uma entrevista ao canal CNews. No momento do comentário, Darmanin reagia a uma publicação em que Benzema pedia orações para a população civil em Gaza, sob bombardeios israelenses após os atentados do Hamas do dia 7 de outubro.
"Todas as nossas orações para os habitantes de Gaza, que mais uma vez são vítimas de injustos bombardeiros que não poupam mulheres nem crianças", escreveu o artilheiro francês em suas redes sociais no dia 15 de outubro. A resposta de Darmanin foi dura.
— Karim Benzema tem vínculos notórios, todos nós sabemos, com a Irmandade Muçulmana — disse o ministro de Estado francês.
Benzema negou, por meio de seu advogado, qualquer vínculo com a organização sunita e prometeu prestar queixa contra o aliado de Macron.
— Isso é falso! Karim Benzema nunca teve o menor relacionamento com essa organização — disse o advogado Hugues Vigier em um pronunciamento. — Estamos mais uma vez testemunhando uma instrumentalização intolerável de Karim Benzema e da figura simbólica que costuma ser atribuída a ele. (...) Orar em 15 de outubro pelas populações civis sob bombas que não poupam mulheres e crianças não constitui, evidentemente, nem 'propaganda para o Hamas', nem 'cumplicidade com o terrorismo', nem atos de colaboração.
O atacante Karim Benzema recebe a Bola de Ouro — Foto: FRANCK FIFE / AFP
Questionado pela AFP sobre uma possível intervenção da justiça a pedido do ministro, o círculo próximo de Darmanin respondeu que "as posições" do jogador "não estão sujeitas a ações judiciais (...) mas constituem um sinal particularmente impreciso vindo de um atleta que desfruta de uma audiência tão grande".
— Há vários anos, observamos uma lenta inclinação das posições de Karim Benzema em direção a um islã rígido e rigoroso — disse uma pessoa do círculo próximo do ministro.
Como argumento, as fontes próximas ao ministro ouvidas pela agência francesa citaram a recusa do jogador em cantar o hino da França durante os jogos pela seleção, seu "proselitismo nas redes sociais sobre o culto muçulmano, como o jejum, a oração, a peregrinação a Meca" e seu "apoio à publicação do lutador russo de MMA Khabib Nurmagomedov, um verdadeiro apelo ao ódio após a publicação de uma caricatura do profeta Maomé na imprensa francesa".
Fonte: O GLOBO
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