Porto Velho, Rondônia - O corte de 0,5 ponto percentual nos juros básicos foi recebido de maneira distinta pelas entidades do setor produtivo. A indústria considera adequado o ritmo de redução, mas as centrais sindicais cobram cortes maiores e consideram que a política monetária ainda está restritiva.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a
decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) foi adequada. A entidade
ressalta que a expectativa de cortes nas próximas reuniões ajudará a reduzir
pressões negativas sobre a economia.
“A redução da Selic é necessária, não compromete o processo
de combate à inflação e evita mais restrições à atividade industrial”, afirmou
em nota o presidente da CNI, Robson Andrade.
Ele afirmou ser necessário reverter o quadro negativo de
concessão de crédito às empresas, que caiu 5% nos sete primeiros meses do ano
na comparação com o mesmo período do ano passado.
Em nota divulgada à imprensa, a Federação das Indústrias do
Estado do Rio de Janeiro (Firjan) avalia que “a contínua redução nos preços
correntes tem contribuído para a diminuição das expectativas inflacionárias. Em
especial, a dinâmica mais benigna da inflação de serviços tem desempenhado um
papel importante nesse processo. Além disso, a desaceleração do mercado de
trabalho é um elemento que torna mais evidente o ritmo mais lento da economia,
já projetado para este segundo semestre”. A entidade defende ainda a aprovação
das reformas tributária e administrativa para melhorar o ambiente de negócios e
estimular o crescimento econômico.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também considerou
positiva a redução da Selic, mas pede cortes maiores. Para a entidade, os juros
básicos em 12,75% ao ano travam a economia. A central destacou que os
movimentos sociais continuam com a campanha #JurosBaixosJá para que os juros
alcancem um nível que gere emprego e renda.
“Essa mudança de rumo [do Banco Central] é positiva, mas,
como sociedade civil organizada, como trabalhadores e trabalhadoras, precisamos
manter a pressão. Se puxarmos o histórico, veremos que as decisões do Copom são
sempre baseadas no mercado e não nos interesses da população e do
desenvolvimento do país. Essa inflexão, portanto, é fruto dessa clareza que a
população vem ganhando sobre a obrigação dessa entidade nos rumos da economia
do país”, avaliou a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT
Nacional, Juvandia Moreira.
A Força Sindical lamentou a decisão do BC, considerando
extremamente tímida a queda de apenas 0,5 ponto percentual na taxa básica de
juros. “Entendemos que com esta queda conta-gotas, o Banco Central perdeu uma
ótima oportunidade de fazer uma drástica redução na taxa de básica de juros,
que poderia funcionar como um estímulo para a criação de empregos e para o
aumento da produção no país. Infelizmente, a taxa, que agora é de 12,75% ainda
inibe o consumo e trava o crédito”, ressaltou a entidade.
Fonte – Agência Brasil
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