Porto Velho, Rondônia - O Tribunal do Júri de Vilhena voltou a analisar um caso que já havia ido a julgamento do ano passado. Acusado de assassinar, em 2016, Ueberton Soares de Miranda, de quem era colega de trabalho, Cleidivaldo Ferreira da Silva, 32 anos, foi condenado em abril do ano passado a oito anos prisão.

A defesa dele recorreu da decisão, alegando que o MP teria mencionado os antecedentes criminais do acusado durante o julgamento em plenário. O recurso foi aceito e a condenação foi anulada.

Nesta semana, Cleidivaldo voltou ao banco dos réus para ter novamente sua conduta naquele fatídico 27 de novembro de 2022, que terminou com a morte de Ueberton, analisada pelos jurados.

Com base nas provas constantes nos autos, o Ministério Público pediu a condenação do réu por homicídio simples. Os representantes do MP reforçaram que o laudo de comparação balística realizado na arma apreendida com Cleidivaldo foi compatível com o projétil retirado do corpo da vítima.

Também a defesa do réu, a cargo da Defensoria Pública, sustentou a mesma tese do julgamento anterior, a de negativa de autoria. Ressaltando que desde que foi acusado do crime, o réu sempre negou ser o autor. A Defensoria Pública apontou que o laudo balístico estaria incompleto e, portanto, não poderia ser levado em conta para a condenação do réu.

Após pausa de 30 minutos para o almoço, o julgamento foi retomado com a réplica do MP, que rebateu as alegações da Defensoria acerca do laudo balístico. “A defesa contesta um laudo assinado por três peritos que afirmam que essa foi a arma usada no crime”, disse o MP.

Na tréplica, a defesa voltou a evidenciar não haver convergência entre o projétil retirado do corpo da vítima e a bala disparada da arma apreendida com Cleidivaldo.

Por fim, os jurados entenderam pela condenação do réu que recebeu pena de 8 anos de prisão. A mesma pena imposta no julgamento do ano passado que foi anulado.

JÁ CUMPRE PENA POR OUTRO CRIME

Cleidivaldo cumpre pena por outro crime. Ele e irmão mataram a tiros um policial militar, em Vilhena. O crime que tirou a vida do PM Gilberto Santos Passos aconteceu em 2019. A dupla foi julgada em 2021 e Cleidivaldo foi condenado a mais de 18 anos de prisão, enquanto o irmão cumprirá pano superior a 16 anos.

Fonte: Folha do Sul