A magistrada virou investigada por comentários feitos em redes sociais e entrevistas. Ela chegou a ironizar os riscos do coronavírus e a ensinar aos seus seguidores como desrespeitar obrigações de uso de máscara. Ela também vai ter a conduta avaliada por faltas sistemáticas ao trabalho presencial na Vara Criminal da Infância e da Juventude de Unaí, em Minas Gerais.
Ao defender as duas investigações sobre o comportamento da magistrada, o Corregedor Nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, entendeu que ela demonstrou “total desleixo” com o trabalho de juíza e “imenso desprestígio” com a profissão.
Em sua defesa, a juíza disse que é vítima de perseguição. No processo, ela chegou a anexar reproduções de comentários de seguidores nas redes. E disse ter obtido 76 mil manifestações de apreço a sua conduta.
“Ainda não é suficiente para comprovar minha aprovação pública?”, questiona a juíza em petição.
A menção a “seguidores” foi duramente criticada por Salomão, para quem esses argumentos “deixam claro que a juíza considera que bom juiz é aquele que tem aprovação pública dos seus seguidores”.
“O que deixa concluir que suas decisões judiciais podem ser guiadas por esse populismo”, afirmou o Corregedor Nacional de Justiça.
Entre os comentários analisados pelo CNJ, estavam ataques feitos a decisões de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Um dos posts foi interpretado como uma tentativa de ajudar o bolsonarista Allan dos Santos a driblar decisão do STF, que tinha proibido que ele usasse redes sociais. Salomão determinou que o Tribunal de Justiça do estado de Minas Gerais (TJMG) avalie se a magistrada cometeu crime ao estimular esse drible à decisão do STF.
Procurado, o TJMG informou à coluna que Ludmila já respondeu a dois processos disciplinares na esfera estadual, em que recebeu advertências como punição. Ela ainda responde a outro processo disciplinar e a uma sindicância no TJMG.
Fonte - Terra
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