O sistema de urna eletrônica colocou fim em diversos esquemas de fraudes existentes no tempo do voto impresso e manual

Porto Velho, RO - Tendo como justificativa de transparência e segurança do voto, a ampla pressão pelo “Voto Auditável” vai mais além do que essa fundamentação. O argumento que está ganhando a atenção de pessoas leigas também diz que em casos de dúvidas será possível fazer recontagem a partir dos papéis que sairão de impressoras instaladas nas cabines de votação. Ao invés de segurança, esse sistema pode referendar a compra de votos e beneficiar políticos sem votos, mas com muito dinheiro para negociar voto a voto com eleitores.

O sistema de urna eletrônica colocou fim em diversos esquemas de fraudes existentes no tempo do voto impresso e manual. Entres os mais comuns estavam o “voto carbono”, quando colocavam uma cédula falsa embaixo da cédula legítima e quando o eleitor fazia o “X” ou escrevia o número ou nome do candidato a marcação aparecia no voto cópia que servia para comprovação nas compras de votos.

Tinha também a cédula vai e volta, a histeria nas apurações onde quem gritava mais ganhava a tabulação do voto ilegível, e muitas outras tretas com os papéis que entravam nas urnas de um pano grosso e lacrada com um papel adesivo que poderia ser removido ou falsificado. Não faltava criatividade para quem queria fraudar as eleições e a segurança do processo eleitoral era extremamente duvidoso.

Após 26 anos de utilização e sem questionamentos, o voto eletrônico vira discussão como suspeita de fragilidade ou de manipulação de resultados. O que não pode ficar fora dessa discussão é que em quase três décadas de sistema eletrônico de votação, os compradores de votos sempre buscaram uma fórmula de não serem ‘trapaciados pelos eleitores’ que prometiam votar, recebiam algo em troca, e não tinha como comprovar o suposto voto. Uma das tentativas mais forçadas ao longo desse tempo foi de instituir o suposto “voto impresso auditável” que serviria como comprovante para a compra de votos.

Esperamos que essa discussão atual nada tenha a ver com essa antiga peleja de políticos compradores de votos, mas vale a pena considerar essa questão como uma das hipóteses para tamanho interesse em mudar um sistema que existe a tanto tempo.

Fonte: Diário da Amazônia