Juntas as penas ultrapassam 80 anos de prisão. Dois dos acusados também foram sentenciados por ocultação de cadáver.

Porto Velho, RO - Três pessoas foram condenadas, na terça-feira (12), pelo crime de latrocínio - roubo seguido de morte - que teve como vítima o militar do Exército, Carlos Cabixi Wajuru, em Guajará-Mirim (RO). Dois deles também foram sentenciados por ocultação de cadáver. Juntas, as penas somam mais de 80 anos. Veja abaixo as condenações e penas.

O crime ocorreu no dia 24 de novembro de 2021. Carlos Cabixi foi morto e teve a motocicleta roubada e transportada até a Bolívia. Familiares registraram desaparecimento da vítima na polícia e o corpo foi encontrado três dias depois, abandonado em um córrego.

As investigações apontaram a participação de três pessoas no crime: Genildo Peres Nunes, Rodrigo Figueira Nunes e André Elizeu Pereira de Barros.

A sentença aponta que as consequências do crime foram graves, considerando que Carlos Cabixi era o provedor do lar e morreu deixando uma esposa viúva com duas filhas pequenas, todas desamparadas financeiramente e emocionalmente.

Detalhes do caso

Em depoimentos, descritos na sentença, os condenados apresentaram versões diferentes do que teria acontecido. Alguns chegaram inclusive a mudar o depoimento feito inicialmente para a polícia.

Conforme entendimento final do juízo, André foi o responsável por arquitetar o crime. Ele recrutou Genildo para roubar uma motocicleta, já com a intenção de vender o veículo na Bolívia e dividir o lucro.

O réu negou ter participado do crime, tanto perante à delegacia, quanto no julgamento.

Genildo foi o responsável por escolher o alvo. Ele relatou que atraiu Carlos até o seu apartamento sob o pretexto de vender uma “arma de ar comprimido”. No local ele aplicou um golpe “mata leão” e disparou com uma arma de fogo no rosto da vítima.

As provas ainda apontam que Genildo descartou o projétil, limpou o local com peças de roupa para tentar encobrir o crime e também se desfez dos panos. Foi ele quem entregou a motocicleta da vítima para o mandante do crime.

Já Rodrigo, que é primo de Genildo, se juntou ao crime e auxiliou diretamente na morte do militar. Ele segurou Carlos para que o parceiro efetuasse o tiro e ajudou a descartar as evidências.

Os dois réus foram responsáveis por retirar o corpo da vítima do local, amarrada em lençóis, transportar no porta-malas de um carro e abandonar às margens da Estrada da Palheta, em Guajará-Mirim.

Laudo da morte

A perícia feita no corpo de Carlos Cabixi constatou que ele morreu por "traumatismo cranioencefálico", causado pelo disparo de arma de fogo que penetrou a região do maxilar e ultrapassou a parte superior do cérebro.

A perícia também identificou lesões causadas por faca, ou objeto similar, no lado direito do rosto. Outras lesões na cabeça também indicaram que a vítima sofreu tortura.

Penas
  • André Elizeu Pereira de Barros: condenado por latrocínio, com agravante de reincidência. O réu já havia sido condenado em outras ações por violação de domicílio, ameaça e receptação. A pena pelo crime atual é de 29 anos e 2 meses de reclusão mais 35 dias-multa, equivalente a R$ 1.283;
  • Genildo Peres Nunes: condenado por latrocínio e ocultação de cadáver, com agravante de reincidência. Recebeu a pena de 32 anos de prisão e 70 dias-multa, equivalente a R$ 2.566.
  • Rodrigo Figueira Nunes: condenado por latrocínio e ocultação de cadáver. Recebeu a pena de 21 anos de reclusão mais 30 dias-multa, equivalente a R$ 1.100.
Nenhum dos réus ganhou o direito de recorrer em liberdade e devem ser encaminhados imediatamente ao regime fechado.

Fonte: G1/RO