Mas o que pode justificar os preços tão altas na Amazônia que possui uma enorme reserva de gás natural?

Porto Velho, RO - O preço do gás de cozinha (GLP) disparou e não dá para entender porque em Rondônia o botijão de 13KG tem o segundo maior preço do produto no País, sendo vendido a R$ 133,79, perdendo apenas para o Mato Grosso, onde o mesmo produto é vendido a R$ 135,29.

Outros estados da Amazônia também aparecem nesse ranking da carestia, dando sequência a lista de preços altos. O Acre tem o gás (13KG) a E# 130,06, no Amapá o produto está a R$ 127,22 e em Roraima custa R$ 125,21.

Mas o que pode justificar os preços tão altas na Amazônia que possui uma enorme reserva de gás natural? A bacia de Urucu, no Amazonas, no município de Coari, a 650 km da capital Manaus, é uma enorme fonte de gás natural e óleo.

No ano de 2021 o balanço da petrolífera apontou resultado muito positivo com 7,1 bilhões de m³ em reservas provadas e prováveis (2P), além de 24,3 bilhões de m³ em recursos contingentes (P50) de gás natural nas bacias do Solimões e do Amazonas.

Essa produção é o que torna possível no momento devido à falta de escoamento. Não existe gasoduto a não ser para o polo industrial de Manaus responsável pelo suprimento de gás natural da região, incluindo usinas termoelétricas.

O gás e o óleo de Urucu já são explorados a mais de três décadas, e o gasoduto e o oleodutro (sistema de tubulação utilizada para transportar gás natural e óleo de um lugar para outro) nunca chegou além de Manaus. A quem interessa? Se o País tem demanda e compra esses produtos de outros países, não seria melhor construir redes de transporte e levar o produto para outros estados, barateando o custo?

Bem! Sobre o preço do gás de cozinha em Rondônia, a falta de gasoduto não justifica tamanha disparada. O gás consumido aqui vem por balsas pelo transporte fluvial. Mesmo com essa logística, não faz sentido ter o segundo maior preço do gás de cozinha do Brasil. Como diz o ditado popular: o gás que consumimos “está caro pra xuxu” e não é justo se continuar assim.

Fonte: Diário da Amazônia