Além dos muitos números musicais, festa teve piada com Will Smith, homenagem a Marília Mendonça e apelo por paz feito pelo presidente da Ucrânia

Porto Velho, RO - Indicado a 11 prêmios, o cantor e compositor americano Jon Batiste foi o grande vencedor do Grammy 2022 (transmitido de Las Vegas na noite de domingo), com cinco troféus: o mais importante, de álbum do ano (por "We are"), e os de melhor desempenho e melhor canção de raiz americana (ambos pela canção "Cry"), o de melhor vídeo musical (por "Freedom") e o de melhor trilha sonora (pelo do filme "Soul", empatado com a trilha de Carlos Rafael Rivera para “O gambito da rainha”).

Logo em seguida, veio a dupla Silk Sonic, formada por Bruno Mars e Anderson .Paak, que com a canção "Leave the door open" levou os prêmios de gravação e canção do ano, além dos de melhor canção e de melhor performance de r&b (este último, empatada com "Pick up your feelings", da cantora Jazzmine Sullivan). Mars e .Paak também protagonizaram um dos mais agitados números musicais da noite, com sua música funk de sabor setentista.

Aos 19 anos, uma das mais recentes revelações da música pop, a cantora Olivia Rodrigo saiu da cerimônia com três prêmios: os de melhor artista novo, melhor álbum de pop vocal (por "Sour") e melhor performance solo pop (por "Drivers license", que interpertou na festa).

Já os americanos do Foo Fighters foram premiados nas três categorias a que concorriam: melhor performance de rock, melhor música de rock e melhor álbum de rock. O grupo seria uma das atrações da cerimônia na noite do domingo.

Mas com a morte do baterista Taylor Hawkins, a banda cancelou todos os seus compromissos, inclusive no Grammy. Hawkins foi homenagedo na parte em que a premiação lembrou os grandes mortos da música no ano (na qual a brasileira Marília Mendonça também ganhou destaque) e na camiseta que a estrela Billie Eilish vestiu em sua apresentação na festa.

Silk Sonic

Foto: MARIO ANZUONI / REUTERS

A cantora e o ídolo se juntaram ao baterista para uma performance eletrizante de "Are you gonna go my way?", clássico de Kravitz

Em uma edição na qual eram esperadas mudanças, ou pelo menos uma volta ao normal depois da pandemia, o Grammy não chegou a trazer grandes inovações. O apresentador da festa, o comediante Trevor Noah fez a esperada piada com o caso Will Smith-Chris Rock do Oscar ( “Vamos manter os nomes das pessoas longe das nossas bocas”).

Já o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, fez um apelo em vídeo: "Na nossa terra estamos enfrentando a Rússia, que traz um silêncio horrível com suas bombas. O silêncio morto. Preencham o silêncio com sua música. Preencham-no hoje para contar a nossa história."

Houve também homenagens do Grammy aos muitos profissionais da música que se movimentam por trás da cena. Houve o choro de felicidade da cantora Doja Cat ao receber o prêmio de melhor performance de duo ou grupo por "Kiss me more", com SZA.

E a emoção de presenciar uma das poucas aparições públicas, aos 78 anos, da cantora Joni Mitchell (que ainda levou um Grammy de melhor álbum histórico por "Joni Mitchell Archives, Vol. 1: The early years (1963-1967)").

No fim das contas, até mesmo o rapper Kanye West, que havia sido retirado da lista de apresentações devido a seu "comportamento online preocupante" saiu da noite com dois prêmios: melhor canção de rap (por "Jail", com Jay-Z) e melhor performance melódica de rap (por "Hurricane", com Weeknd e Lil Baby).

A pianista brasileira Eliane Elias ganhou o Grammy de melhor álbum de jazz latino por "Mirror mirror", disco que dividiu com os colegas de teclas Chick Corea e Chucho Valdés. Também do Brasil, o violonista Sérgio Assad e a filha, a pianista e cantora Clarice Assad, não levaram nenhum dos prêmios a que concorriam com o álbum "Archetypes", gravado com o grupo de percussão Third Coast Percussion, de Chicago. Eles estavam indicados aos Grammys de melhor composição clássica contemporânea, melhor performance de grupo pequeno de música de câmara e melhor gravação do ponto de vista técnico.

Vencedores das principais categorias

Álbum do ano: "We are", de Jon Batiste

Gravação do ano: "Leave the door open", do Silk Sonic

Canção do ano: "Leave the door open", do Silk Sonic

Melhor performance de duo ou grupo: "Kiss me more". de Doja Cat e SZA

Melhor álbum de pop vocal: "Sour", de Olivia Rodrigo

Melhor álbum de r&b: "Heaux tales", de Jazmine Sullivan

Melhor artista novo: Olivia Rodrigo

Melhor álbum de rap: "Call me if you get lost", de Tyler, the Creator

Melhor performance de rap: "Family Ties", de Baby Keem e Kendrick Lamar

Melhor canção de rap: "Jail", de Kanye West e Jay-Z

Melhor performance solo pop: "Drivers license", de Olivia Rodrigo

Melhor canção de r&b: "Leave the door open", do Silk Sonic

Melhor álbum de música alternativa: "Daddy’s home", de St. Vincent

Melhor álbum de rock: "Medicine at midnight", dos Foo Fighters

Melhor canção de rocK: "Waiting on a war", dos Foo Fighters

Melhor performance de metal: "The alien", do Dream Theater

Melhor álbum latino de rock ou música alternativa: "Origen", de Juanes

Melhor álbum de música urbana: "El último tour del mundo", de Bad Bunny

Melhor álbum de pop latino: "Mendó", de Alex Cuba

Melhor vídeo musical: "Freedom", de Jon Batiste

Melhor álbum histórico: "Joni Mitchell Archives, Vol. 1: The early years (1963-1967)", de Joni Mitchell

Melhor álbum de dance/eletrônico: "Subconsciously", de Black Coffee

Melhor álbum de reggae: "Beauty in the silence", de Soja

Melhor álbum de jazz latino: "Mirror mirror", de Eliane Elias, Chick Corea e Chucho Valdés

Melhor álbum de jazz instrumental: "Skyline", de Ron Carter, Jack DeJohnette e Gonzalo Rubalcaba

Melhor álbum de música global: "Mother Nature", de Angélique Kidjo

Melhor performance de música global: "Mohabbat", de Arooj Aftab

Melhor trilha sonora: "Soul", de Jon Batiste, Trent Reznor e Atticus Ross, e "O gambito da rainha", de Carlos Rafael Rivera

Fonte: O Globo