Raissa Bento (a direita) foi traída por Mari Grannesman


Porto Velho, Rondônia – Que a administração de Guajará-Mirim, à cargo de Raissa Bento, vem patinando e cometendo erros simplórios, isso não é novidade para ninguém. Por isso, num primeiro olhar é até aceitável entender porque esta semana a Câmara Municipal recebeu dois pedidos de impeachment contra a prefeita, porém é preciso avaliar uma série de aspectos que cercam essas iniciativas.

Primeiro, o mais elementar: apesar de bem embasadas na retórica e redigidas com esmero, as duas denúncias carecem de sustentação legal para serem aceitas. Uma por se tratar de acusações estabelecidas na base do “ouvi dizer”, sem nenhum elemento de prova.

A outra versa sobre crime de responsabilidade, que até se justifica em termos legais, posto que a prefeita costuma não atender requerimentos de vereadores e cumprir com outras obrigações de sua função, porém há um erro de origem: denúncias deste gênero são prerrogativa exclusiva do Poder Legislativo, portanto deve ser arquivada por não ter sido apresentada por um vereador ou pela Câmara.

Ou seja, ambas deverão ser rejeitadas pelo Legislativo.

Mas, existem outras coisas por trás destas ações.

Segundo fontes do ALÔ RONDÔNIA, há uma história de traição dupla por trás dessa movimentação, protagonizada pela vice-prefeita Mari Grannesman, que seria a articuladora destes pedidos de afastamento da prefeita, a fim de ficar com o mandato, para atender ao grupo político do qual passou a fazer parte, depois de mais de sete anos de vinculação ao Podemos, junto com o deputado estadual Dr. Neidson.


Mari estaria traindo tanto a companheira de Executivo assim como o deputado, posto estar com pré-candidatura à ALE lançada na praça, pelo Avante, rivalizando com o antigo líder. Imagens da circuito interno da Câmara Municipal mostram a vice-prefeita acompanhando as pessoas que protocolaram os pedidos de impeachment contra a prefeita, no dias em que ambas denúncias foram apresentadas.

Já no que diz respeito a falta de bom senso, as ações ocorrem justamente quando a prefeita renovou seu primeiro escalão e as coisas começaram a engrenar na gestão. Os pedidos de afastamento surgem no cenário justamente quando parecia que o tempo da má-administração e da perda de recursos por falta de competência técnica de gestores das secretarias havia ficado para trás.

Quem padece com tudo isso é a população de Guajará-Mirim cidade repleta de problemas e demandas a serem atendidas, que patina em termos de avanço dada picuinhas políticas e ausência de maturidade e compromisso por parte de quem está eleito para resolver tais situações.