Segundo embaixador, resgatar brasileiros que estão em meio ao conflito com a Rússia seria operação inviável no momento atual

Porto Velho, RO - O Itamaraty descartou possibilidades de resgatar brasileiros na Ucrânia, que enfrenta conflitos militares com a Rússia. Segundo o órgão, operações de resgate envolvem enviar pessoas do Brasil para o país e realizar a retirada delas do local, o que seria inviável no momento.

A ação planejada — mas ainda sem previsão de qualquer concretização — é uma evacuação, que pode ser feita organizando saídas com os próprios meios de transporte dos brasileiros.

“Sobre a existência de plano de resgate, não há. A Embaixada do Brasil ou de qualquer país não tem condição de fazer uma operação de resgate no momento, que envolveria gente daqui, uma chegada na Ucrânia e uma retirada das pessoas de lá. Já a evacuação comporta a retirada de pessoas do país por meios próprios ou por meio do governo brasileiro que já está lá”, detalhou o Secretário de Comunicação e Cultura do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Leonardo Gorgulho.

Como o espaço aéreo sofre restrições, o Itamaraty pretende implementar a evacuação por via terrestre, mas ainda não há data para que isso seja feito. “Temos que fazer uma avaliação de segurança, de meios e de possibilidade de que os brasileiros vão ao ponto de encontro marcado. Assim que sejam dadas as condições, será feita a evacuação”, disse o embaixador.

São cerca de 500 brasileiros na Ucrânia, segundo dados da Embaixada. O perfil dessa população no país em conflito é formado principalmente por comunidades diversas de estudantes, profissionais autônomos, especialistas em tecnologia da informação, atletas e religiosos. A maioria é adulto, há poucas crianças.

O trabalho atual do Itamaraty envolve primeiro mapear quem são os brasileiros na Ucrânia. A ação está sendo realizada por meio de um registro dessas pessoas. Elas procuram a Embaixada, que faz um cadastro com informações de telefone, localização e situação familiar. Geralmente, esse trabalho é feito quando um brasileiro passa a morar no exterior, mas alguns cidadãos não o fazem.

Além dessa ação, outra orientação do governo brasileiro é que aqueles cidadãos que estejam em Kiev não saiam de casa, enquanto aqueles que estão em regiões do leste e oeste deixem a região ou se desloquem à capital. “Nossas embaixadas podem ser acionadas, estão em regime de plantão”, declarou Leonardo Gorgulho.

Fonte: R7