As crianças de 3 e 6 anos tiveram ferimentos superficiais e profundos no tórax. 'O laudo é chocante', diz delegado à frente da investigação

Porto Velho, RO -
Os irmãos Leonardo Ferreira da Silva, de 6 anos, e de Arthur Moisés Ferreira da Silva, de 3, estavam conscientes quando foram mortos pela mãe, Stephani Peixoto Ferreira, de 36, com quatro e três facadas respectivamente. Os laudos cadavéricos e os exames toxicológicos recebidos pela Polícia Civil na noite de quinta-feira (13), e que serão anexados ao inquérito, comprovam que ela não dopou os filhos antes de desferir os golpes.

Após matar os filhos, Stephani ligou para o marido e mandou um áudio para o pai contando do crime. Ela disse que iria se suicidar e chegou a cortar os pulsos, mas de acordo com laudo feito na dona de casa, os ferimentos foram superficiais e não poderiam causar morte.


Nas redes sociais, Stephany fez várias publicações exaltando o amor de ser mãe e o carinho pelos filhos Foto: Reprodução das redes sociais

De acordo com o delegado Antônio Silvino Teixeira, responsável pela investigação, alguns dos ferimentos nas vítimas foram classificados como 'lesões de hesitação', quando a pessoa provoca pequenos ferimentos, antes de dar a facada mais profunda.

Em Leonardo foram duas lesões de hesitação e duas profundas e, em Arthur uma de hesitação e duas profundas. Isso significa que Stephani foi ferindo os filhos superficialmente, antes de dar as facadas profundas, que resultaram nas mortes. Todas as lesões foram no tórax das crianças.

O laudo é chocante. Um crime bárbaro e que abala até a gente que é mais experiente. Ela provocou essas "lesões de hesitação" como se fosse "um teste" da faca antes de dar o golpe mais profundo —- disse o delegado.

Nesta sexta-feira, o marido de Stephani e pai das crianças, Carlos Leonardo da Silva vai prestar novo depoimento. A polícia pretende apurar mais detalhes da briga do casal, ocorrida na sexta-feira da semana passada.

O casal tentava uma reconciliação pela quinta vez, mas após o desentendimento, que precisou de intervenção do pai de Stephani, houve nova separação. Com isso, o motivo mais provável do crime seja o desespero da dona de casa após um novo rompimento, segundo a polícia.

Stephani segue sob custódia no Pronto Socorro do Complexo do Gericinó, para onde foi levada na última terça-feira. Ela aguarda audiência de custódia e a definição de qual unidade prisional ficará presa.

Fonte: O Globo